30 de junho de 2009

Kaká & Real Madrid | O começo de uma nova fase


Depois de muito desejo dos espanhóis, o brasileiro vestiu a camisa do clube de Madrid oficialmente no Santiago Bernabeu.

O número escolhido foi 8 e ao que tudo indica será o mais vendido na Europa, Ásia e lojas espalhadas pelo mundo todo.

Kaká ficou 6 anos no Milan e marcou história. Mais do que conquistar títulos e ser eleito o melhor do mundo, sua passagem foi marcada por uma identificação singular com a torcida e com a história do clube. Muitos acreditavam na permanência eterna, mas até sua saída foi clássica e com viés positivo – o que não significa que o jogador não possa ou não irá voltar no futuro, pelo contrário.

A chegada ao Real Madri marca o começo de uma nova fase. Uma oportunidade para o clube voltar a ser o maior e para Kaká o melhor do mundo novamente. Os holofotes estarão voltados para os novos galácticos e com certeza o brasileiro será o número 1.

Mas Kaká não será apenas o número 1 desta nova fase no Real Madri. Kaká irá fazer parte de um seleto grupo de jogadores que conseguiu manter o altíssimo nível de rendimento por um longo período da carreira. Se há alguém em quem se inspirar no futebol atualmente, este alguém é Kaká. Para alguns pode ser apenas mais uma mudança de clube de um grande jogador, mas o fato é que Kaká representa o ponto de inversão no futebol atual. Um futebol muito bem jogado e que traz resultados; nem uma coisa nem outra, ambas.

Consciente como o jogador é, não podemos esperar nenhuma aventura pela Espanha. O que podemos ter certeza é que será mais um casamento entre clube, jogador e torcida.

Boa sorte, Kaká!

Postado por Bruno e Dida

Muricy | Um estranho campeão no ninho


As demissões de Muricy Ramalho e Vanderlei Luxemburgo foram um prato cheio para a imprensa esportiva. Já havíamos comentado aqui os movimentos dos torcedores e as diferentes posturas das diretorias.

Na ocasião, o Palmeiras ainda tinha Luxemburgo no comando do time e o Sâo Paulo buscava um novo comandante. Hoje, Muricy pode pular o muro e ir para o rival Palmeiras (se não for para o Inter-RS), Luxemburgo está soltando o verbo em seu twitter e Ricardo Gomes assumiu o tricolor paulista.

Fiquei me questionando sobre o papel de cada um deles nas equipes. Luxemburgo é “marketeiro nato”, tem um currículo invejável e há algum tempo está falando mais do que fazendo. Quer ser “manager”, mas não se encaixa com a política de alguns clubes, que ainda estão na hierarquia vertical.

Vanderlei se modernizou, continua sendo um técnico de ponta, mas como toda empresa depende de um “produto bom”, o que não teve este ano com o Palmeiras.

Já Muricy é um caso a parte. Rabugento, trabalhador e muito simples. Apesar de não ser marketeiro, se vende sem falar nada, os resultados falam por si.

Sua demissão dividiu arquibancada e numeradas do Morumbi. Enquanto a turma de cima pedia, gritava e organizava manifestações pela sua permanência, os ligados a diretoria pediam sua cabeça e como neste choque de forças “pode mais quem tem mais”, ele caiu.

Se os clubes fossem realmente empresas teriam duas opções: um estrategista nato com um currículo com passagens por multinacionais e um pacato trabalhador sem holofotes que há 3 anos supera as metas de venda e é líder de share de mercado.

Muricy não se dava com parte da diretoria pois não freqüentava restaurantes chiques e nem usava roupas de marca. Apesar dos extraordinários resultados, foi mandado embora por uma eliminação já esperada.

“Um estranho no ninho”. É assim que podemos resumir o sentimento do técnico no meio de alguns diretores (apaixonados e amadores) do São Paulo F. C. Mas não podemos esquecer que esse “estranho” é um campeão e dos bons...

*Confiram aqui a sensacional entrevista de José Trajano com o ex-técnico do tricolor aqui.

Rede Record nos esportes (olímpicos)

A batalha nos bastidores entre Rede Globo e Rede Record para a transmissão de competições esportivas continua. Quando o assunto é futebol, vôlei, basquete e futsal, a gigante carioca não vem medindo esforços e investimentos para vencer a concorrente, mas quando o assunto são outros esportes, a história é diferente.

A Confederação Brasileira de Judô (CBJ) enviou para as duas uma proposta de transmissão de todos os torneios até as próximas Olimpíadas e a contraproposta da emissora paulista foi mais vantajosa, tendo em vista a soma entre valor e exibição na programação.

Apesar do Brasil ser o país do futebol, vejo muitas oportunidades para os esportes olímpicos dentro das transmissões das emissoras, mas isso deve ser apenas um das pontas. Mais do que conseguir espaço na grande, as emissoras poderiam criar parcerias e se tornarem realmente parceiras de alguns esportes.

Mas fico me questionando, até que ponto essa disputa é válida para o esporte? Se por um lado a concorrência eleva o valor do pagamento, por outro isso tudo se torna apenas uma batalha de interesses e não um projeto esportivo.

Esses contratos são pontuais e vejo que quem sai perdendo, mais uma vez é o esporte nacional...

29 de junho de 2009

Demarcação de território | Nike


Para comemorar o título da Copa das Confederações conquistado pelo Brasil na África do Sul, local da Copa 2010, a Nike criou um anúncio que ilustra a demarcação de território, literalmente, através do canarinho (símbolo do time) fazendo xixi.

O anúncio foi veiculado na Folha de S.Paulo, Metro, O Globo e Destak RJ, além de mídia out-of-home em 42 bares de São Paulo e do Rio de Janeiro.

Criação da F/Nazca.

A marca de um capitão/ campeão

Já falamos muitas vezes aqui no Radar Esporte sobre as marcas de clubes, jogadores e competições. O Dida inclusive escreveu hoje (post abaixo) sobre a NBB e a volta da confiança no basquete nacional.

Quando comentamos sobre marcas de jogadores, logo imaginamos Kaká, Ronaldo, Adriano, Messi, Cristiano Ronaldo, Beckham e outros craques espalhados pelo mundo. Dificilmente ouvimos comentários de algum zagueiro (mesmo Canavarro sendo eleito melhor do mundo em 2006 pela FIFA) ou outros jogadores que jogam “feio”. A Nike por coincidência tem a campanha “Joga Bonito”.

Mas mesmo assim, muitos torcedores têm simpatia e gostam daqueles jogadores que independentemente da técnica, correm o tempo todo, defendem o time com unhas e dentes e jamais entregam a derrota na bandeja.

Pois bem, ontem na final da Copa das Confederações quem brilhou foi o zagueiro que joga feio e capitão da nossa seleção, Lúcio. Apesar dos dois gols de Luís Fabiano na final (artilheiro da competição) e maestria de Kaká (eleito o melhor da competição), a maioria dos comentaristas achou que o nosso capitão deveria ser eleito o craque do torneio.

O Radar Esporte é um blog sobre marketing esportivo e não vamos comentar sobre qualidade e estilo do jogador, mas vale compartilhar com vocês alguns pontos sobre Lúcio.

O zagueiro joga na Alemanha, e por incrível que pareça o Bayer de Munique não quer renovar o contrato, o que permite a transferência para qualquer outro clube sem multa nenhuma.

É patrocinado pela Adidas, mas não estrela nenhuma campanha global da marca.

Tem um site simples com notícias, dados pessoais e da carreria

Tem o espírito que todos os torcedores querem ver no time. Não gosta de perder, não tem medo, é apaixonado pelo clube que defende e líder.

Foi emocionante o choro de Lúcio após o gol da virada e na comemoração do título. O zagueiro é o mais veterano de seleção, pentacampeão em 2002, capitão do time e continua com sede de vitória. Comentam que o jogador não gosta nem de perder no par ou ímpar nos treinos e o que vimos é que realmente ele vai fazer de tudo para o Brasil sair vitorioso.

Tenho certeza que muitos garotos que não são dotados de muita técnica (ou são) irão se espelhar no capitão da seleção. Lúcio tem alguns pontos que o fazem ser uma marca valiosa: é vitorioso, tem carisma, é guerreiro e humano.

Se existisse um bonequinho do Lúcio (estilo mini-craque Coca-Cola) com certeza estaria aqui na minha mesa agora...

NBB. O basquete de volta no rumo certo.

Neste domingo o Flamengo consagrou-se campeão de basquete da NBB, após cinco meses de existência da organização. O clube rubro-negro fechou a série na última partida da série melhor de cinco contra o Brasília por 76 a 68.

Durante estes cinco meses, evitei falar sobre a NBB aqui no Radar Esporte, pois gostaria de ver como o campeonato iria se desenrolar, se iriam ocorrer interrupções ou coisas do tipo; mas não, dessa vez foi o contrário.

Falando especificamente sobre a final entre Flamengo e Brasília, os dois clubes lotaram os ginásios em todas as cinco partidas. Inclusive, a HSBC Arena (Arena Multiuso do Rio de Janeiro construída para os Jogos Panamericanos) atingiu hoje seu público recorde com 15.530 torcedores, número equivalente aos dos jogos da NBA. É claro que estamos falando da parte final do campeonato, mas é algo que deve ser colocado em questão.

Com uma organização que optou por replicar algumas das melhores práticas NBA - com algumas limitações, claro -, o campeonato conseguiu divertir os torcedores com entretenimento e jogos bem equilibrados, espaço nos noticiários esportivos e fez alguns atletas "famosos" novamente, como disse o ala Alex do Brasília - que já teve passagem pela NBA. Agora, a NBB já está planejando o seu crescimento, mas com responsabilidade: a liga quer passar de 15 times participantes, para 18.

Ainda tenho algumas restrições com os direitos de transmissão da Rede Globo, mas também acredito que o basquete brasileiro tem que passar por algumas "provas", mostrar uma certa constância e provar a todos nós que as coisas vão ser diferentes daqui pra frente.

Volto a ter esperança no basquete nacional. Pouco a pouco vamos reencontrar nosso caminho.

28 de junho de 2009

O dinossauro Ronaldo Fenômeno

Vestido de dinossauro em um vídeo simulando os bastidores de um comercial do Guaraná Antarctica. É assim que o atacante Ronaldo aparece no vídeo que está circulando pela internet.

Confiram!

25 de junho de 2009

Corinthians ajuda a reforçar time do Palmeiras (?)

Já pararam pra pensar na possibilidade do seu time do coração ajudar o arqui rival?

Corinthians dando uma mãozinha para o Palmeiras, o Grêmio para o Internacional, o Flamengo para o Fluminense e vice-versa?

Pois foi exatamente isso que aconteceu em Gotemburgo na Suécia, onde o GAIS é freguês do IFK Goteborg há algum tempo.

Para brincar com a situação antes do "tradicional" derby, a ANR.BBDO desenvolveu uma campanha para o IFK Goteborg na qual flores com as cores do rival eram vendidas e o dinheiro arrecadado seria inteiro doado para o GAIS, para que eles pudessem reforçar a equipe e tornar os derbys futuros um pouco mais competitivo, digamos.


É claro que não dá nem pra comparar a rivalidade que existe entre os times da Suécia e a que existe por aqui, mas é uma ideia um tanto quanto inusitada, e temos que concordar que, apesar de impensável para muitos aqui no Brasil, uma ação como essa com certeza ia dar o que falar.
A campanha acabou de faturar um Bronze no Festival de Cannes deste ano.

24 de junho de 2009

McDonald's garante gratuidade do Super Camp Brasil da CBF

Após dois anos de seu programa de camping temático serem pagos, a CBF enfim irá oferecer o projeto gratuitamente para todos interessados.

A novidade é resultado do patrocínio da rede de fast food McDonald’s, que financiará as etapas em Brasília, Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro. O projeto funciona e duas etapas, sendo a primeira uma espécie de peneira regional e a segunda reúne estes jovens durante uma semana na Granja Comary.

Em contrapartida, a SporTV exibirá vinhetas sobre o projeto em sua programação, e algumas terão o logotipo do McDonald’s em destaque.

O que me chamou atenção na notícia foi o tardio patrocínio conseguido pela CBF. Além de ter dois anos de projeto sem apoio, a entidade máxima do nosso futebol conseguiu fechar com a rede de fast food apenas aos 48 minutos do segundo tempo e por conta disso o Super Camp Brasil não será divulgado nas lojas.

Agregar uma marca à CBF não é uma das coisas mais interessantes para as marcas em virtude de alguns problemas administrativos da instituição, mas linkar a imagem com o futebol e principalmente com jovens é relevante para a maioria das empresas.

Contudo, ou temos projetos que não foram bem vendidos, ou foram supervalorizados ou então as empresas estão com medo de se juntarem à CBF.

E vocês, o que acham?

23 de junho de 2009

Estratégia Pinheiros/SKY

Conforme o Bruno postou aqui no Radar Esporte, o Esporte Clube Pinheiros está formando um supertime para a disputa da Superliga através de uma parceria milionária com a Sky.

O time irá contar com os campeões Olímpicos Giba, Gustavo, Rodrigão e Marcelinho, além do técnico Carlos Alberto Castanheira, o Cebola.

Tenho visto muitas coisas a respeito desta parceria nos principais noticiários esportivos e, por isso, achei importante falar um pouco mais da estratégia da SKY.

Sem dúvida alguma, é o maior projeto de vôlei do país, com investimento de R$15 milhões para as próximas 3 temporadas. Investimento este que completa o projeto de patrocínio esportivo da SKY iniciado há 5 anos e que já tem presença na Stock Car e na equipe Red Bull.

A SKY irá estampar sua logomarca no uniforme do time e terá direito de imagens dos jogadores durante as temporadas. Mas o projeto vai muito além...

A ideia é que o projeto apoie outros esportes de base dentro do Pinheiros, como ginástica, basquete masculino, atletismo e natação. Ou seja, mais do que investir em uma única modalidade já estabelecida em nível nacional, me parece que a SKY quer realmente fazer parte do projeto esportivo do Pinheiros, que, diga-se de passagem, é muito bem estruturado em todas essas modalidades.

Um ponto muito interessante é que a estratégia da SKY consegue, de certa forma, furar o “bloqueio” que o Banco do Brasil estava colocando a outros patrocinadores. Fortemente atrelado ao vôlei há muito tempo, o BB acabava dificultando que outras marcas tirassem proveito da visibilidade da seleção de vôlei nacional e, na outra ponta, a Superliga tinha dificuldades de conseguir mais visibilidade.

O pulo do gato da parceria Pinheiros/SKY foi formar uma espécie de seleção brasileira de vôlei em nível local, desviando alguns dos holofotes para o Pinheiros – pelo menos enquanto a seleção não está em quadra -, o que pode contribuir para inverter o atual padrão e trazer mais exposição para a Superliga na Globo.

Outro ponto importante é que a SKY tem optado em ir pelas bordas. Ao invés de ir para o saturado mercado do futebol, como algumas preferem, a SKY entendeu que explorar outras modalidades poderia trazer mais retorno para sua marca ao permitir que se aproprie mais da modalidade, mesmo com um investimento menor. Não podemos nos esquecer que a ginástica do Pinheiros conta com Daiane dos Santos, os times de basquete de base do clube estão sempre entre os mais competitivos – seja na base ou no profissional – e a natação também é muito forte e tem alguns dos principais nadadores do país em seu elenco, como César Cielo. Sendo assim, com um investimento consistente nessas modalidades, é muito provável que a SKY venha a colher os frutos no futuro.

Também acredito que esta parceria pode estimular movimentos parecidos em outros clubes de São Paulo e do Brasil que tem um trabalho de base forte mas muitas vezes não possuem equipes profissionais, principalmente por questões financeiras.

O que vocês acham? É possível encontrar alternativas de patrocínio que proporcionam cada vez mais retorno em esportes que não o futebol?

O movimento que vem das arquibancadas | O esporte 2.0

Muitos publicitários e profissionais de marketing estão cansados de ouvir do tal consumidor 2.0 e dos princípios básicos da interatividade, alguns dos resultados do crescimento das redes sociais.

Os consumidores estão conversando entre si e dando muitas respostas às marcas, empresas e serviços através de comunidades, blogs, fóruns entre outras ferramentas de social media. E enquanto algumas empresas pensam em entrar no meio disso tudo, outras já perceberam que a escolha não está mais nas mãos dos executivos, que o copyright não funciona na internet e que as empresas querendo ou não já estão nas redes sociais. É o tal “abdique do controle” e o que restou é apenas participar ou não dessas conversas.

Já comentamos aqui muitas vezes que os torcedores são os melhores consumidores do mundo, que embora existam concorrentes, eles jamais vão trocar. Porém, isso não quer dizer que não há torcedores insatisfeitos, que eles não querem mudanças e que não se manifestam. Muito pelo contrário, apesar de serem fiéis, esses consumidores estão cada vez mais exigentes e ativos.

Para exemplificar tudo isso, trouxemos dois exemplos recentes de dois grandes clubes do país. Em situações distintas, Palmeiras e São Paulo F. C. são alvos e motivo de conversa nas redes sociais.

A torcida do Palmeiras é famosa por movimentos com temáticas irônicas (como o enterro do clube após o rebaixamento em 2002) e está querendo cada vez mais ter voz ativa nas decisões da diretoria. A bola da vez é o “Fora Luxa”, movimento que pede a saída do treinador o mais rápido possível e de preferência pela porta dos fundos.

A organização vai muito além do hotsite criado. Os torcedores já estão presentes no Orkut, comercializam dois tipos de camiseta (imagens abaixo) e até o momento já contam com 60.709 mensagens enviadas.





Seguindo o mesmo padrão, porém com outra abordagem, a torcida do São Paulo F. C. começou o movimento “Volta Muricy”. Com hotsite, presença no Orkut e comercialização de camiseta (imagem abaixo), a torcida já conseguiu mais de 19 mil mensagens.


Não é a primeira vez, nem será a última que uma torcida faça uma movimentação deste tipo, mas tratando os clubes como empresas, o que deve ser feito no meio de uma situação como esta?
Os consumidores desejam mudanças, mas na maioria das vezes não sabem nem 1% das coisas que acontecem nos bastidores. Não têm acesso aos projetos, objetivos e ficam apenas com o que a mídia informa, que muitas vezes também não é fundamentado.

Cada vez menos os torcedores se importam apenas com os 3 pontos. Como falamos anteriormente, estas pessoas estão cada vez mais exigentes e o produto e serviço que eles consomem necessita passar por alterações para continuar no mercado.

Mas fica uma pergunta no ar: a voz das arquibancadas é a voz de Deus? A diretoria deve parar para escutar esses torcedores e participar das conversas? O que vocês acham?

19 de junho de 2009

Corinthians na estrada atrás de dinheiro e de fama

rA história do patrocínio do Corinthians rendeu um bom tempo no começo do ano e parece que até o final da temporada será pauta de muitos posts aqui no Radar Esporte.

O assunto da vez é o tour que a Nike, fornecedora de material esportivo do clube está organizando pelo mundo explorando a imagem do Fenômeno Ronaldo e espalhando a imagem do Corinthians.

O custo de um jogo no exterior é R$ 3 mi (metade para o clube e metade para o atacante) e alguns locais já estão pré-definidos: EUA, Dubai e Palestina.

A pretensão do presidente do Corinthians, Andres Sanches é grande, tornar o alvi-negro o time mais conhecido do mundo e esse tour é considerado a principal plataforma para conquistar tal objetivo.

Para o jogo nos Estados Unidos, a Nike pretende levar o Palmeiras, o maior rival do clube para um Derby no mínimo muito curioso, que aumentaria a repercussão do jogo. Para Dubay, o Santos é o mais cotado e para Palestina, Flamengo e Corinthians farão “O Jogo da Paz”.

Ainda não é certo se essas partidas irão valer para o Brasileirão ou serão simples amistosos, mas renda e mídia podem ser considerados resultados facilmente alcançados.

A estratégia de tour pelo exterior não é novidade no esporte. Clubes europeus perceberam o sucesso dos times da NBA e já fazem esse tipo de ação regularmente.

Por outro lado, caso o Corinthians ganhe a Copa do Brasil, terá outra plataforma para levar sua marca para outros países através da Libertadores e resultados dentro de campo são importantíssimos para o clube ser conhecido.

Dificilmente o objetivo do presidente Andres Sanches será alcançado em pouco tempo, mas com certeza após esse conjunto de ações, a imagem do clube será muito mais conhecida no exterior...

18 de junho de 2009

Escolha o número da camisa de Adriano. Será que era a hora?

O Flamengo lançou a promoção que irá definir o número do atacante Adriano no clube rubro-negro. Através do hotsite http://mkt.flamengo.com.br/camisadoadriano/, os torcedores devem escrever uma frase de até 140 caracteres para concorrer aos prêmios.

O autor da frase vencedora irá ganhar dois jogos completos de uniformes oficiais (um rubro-negro e outro branco) autografados pelo atacante.




Com esta ação, o Flamengo pretende promover o novo uniforme que será fabricado pela Olympikus, a nova fornecedora do clube.

Apesar de ser uma ação interessante, acho que há um problema com o timing da ação. Entendo que seja importante valorizar a chegada de um atacante da importância do Adriano e a chegada do novo patrocinador; no entanto, o Flamengo não vive um bom momento no Brasileirão e um dos motivos para a má fase do rubro-negro é justamente a forma como Adriano está sendo tratado pela diretoria do clube, o que vem gerando muita polêmica nos principais programas esportivos do Brasil.

Não podemos nos esquecer que para que uma ação seja bem sucedida ela deve levar em consideração todo um contexto. Essa é uma ação que deveria valorizar a marca do clube, a Olympikus, como já foi dito, e o próprio Adriano, mas o problema é que ela está acontecendo em um momento um tanto quanto vulnerável para o clube.

O que vocês acham?

17 de junho de 2009

Obama cria divisão olímpica na Casa Branca

O presidente americano Barack Obama criou uma agência na Casa Branca voltada para o esporte olímpico, paraolímpico e da juventude.

O lançamento desta agência coincidiu com a presença dos organizadores da candidatura de Chicago na Suíca, onde eles defendem a cidade perante o Comitê Olímpico Internacional (COI). Ou seja, a pouco mais de cem dias do COI anunciar a cidade sede para os Jogos de 2016, Obama faz um movimento com intenções claras de fortalecer a candidatura de Chicago.

A presença de Barack Obama nesta disputa realmente se intensificou, conforme previmos aqui no blog, logo após a vitória de Obama nas eleições. Obama inclusive gravou em Abril um vídeo dando as boas vindas ao COI na visita à Chicago.

A agência criada por Barack Obama irá recomendar políticas nacionais e programas esportivos ao presidente para ampliar as oportunidades e o acesso da juventude ao esporte, principalmente nas áreas urbanas; além de encorajar eventos envolvendo os valores olímpicos e a participação de atletas americanos.

Independentemente de ser ou não uma jogada de marketing, o fato é que as Olimpíadas de 2016 estão definitivamente nos planos de Obama, e é interessante ver aquele que muitos consideram o homem mais poderoso do mundo atualmente se envolver em questões como a Olimpíada e a disseminação do esporte entre os mais jovens.

Nike | Most Valuable Puppets - Kobe Celebration

(De novo) Não podia deixar de postar o último comercial da séria Most Valuable Puppets com as versões fantoche de Kobe Bryant e Lebron James.

E mais uma vez sobrou para LeBron James. Após Kobe Bryant liderar o Los Angeles Lakers ao seu 15o campeonato por 4-1 na série melhor de sete e se tornar o MVP das finais - merecidamente, diga-se de passagem -, a Nike resolveu homenagear o jogador neste comercial.

Confira abaixo:



Via Brainstorm9

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16 de junho de 2009

Come Play! | Australia para a Copa do Mundo

A Austrália é uma das candidatas para sediar a Copa do Mundo de 2018 ou 2022, e para engajar os fãs na proposta e ajudar a trazer a Copa para o país, foi criado o vídeo abaixo que leva para um site.



No australia2018-2022.com.au, os fãs devem mostrar sua vontade em ter a Austrália como sede em uma Copa do Mundo. Além de informações sobre a candidatura, o site também tem algumas discussões e alguns joguinhos - como o que a seleção Australiana precisa reverter um placar negativo em cima da poderosa Itália.

O movimento ainda está começando, mas conforme o assunto da nova cidade sede for entrando em pauta novamente, a tendência é que essa história ganhe mais força.

Apesar da Copa do Mundo da África 2010 nem ter começado, os países que querem sediar a competição num futuro próximo já começam a se movimentar. Por isso, é interessante ver a iniciativa da Austrália e, mais do que isso, ver como a participação dos torcedores pode ser algo diferente dos quesitos tradicionais na hora de convencer os dirigentes da FIFA a levar a Copa para o seu país.

Palmeiras Campeão da Libertadores | 10 anos

Há exatos 10 anos o Palmeiras conquistava o título da Libertadores da América. Após vencer o Deportivo Cali por 2 a 1 no tempo normal e por 4 a 3 nos pênaltis, o time comandado por Luis Felipe Scorali enfim carimbava o passaporte para ir disputar a final do Mundial no Japão.

O título deu origem ao São Marcos, trouxe o lado guerreiro e das conquistas impossíveis para o clube e fez ressurgir o espírito campeão da torcida.

Para comemorar o clube fez uma homenagem a alguns jogadores antes do jogo contra o Cruzeiro no último domingo, que deram a volta olímpica com a taça e enviou placas de comemoração para o elenco e comissão técnica. Mas é muito pouco para relembrar o maior título da história do clube.

Não é necessário que tudo seja feito no dia 16 de junho e nem era necessário esperar por isso para iniciar as comemorações. O ano de 2009 como um todo será marcado pelos 10 anos do título e coincidentemente o clube tem a chance de buscar o bicampeonato do torneio.

O clube está investindo em homenagens aos maiores ídolos como Felipão, Luxemburgo, Marcos, Alex, Evair e Rivaldo (o próximo). A idéia de Luiz Gonzaga Belluzzo é mostrar que o Palmeiras cultiva a história daqueles que passaram pelo clube de forma diferenciada e não os esquece como a maioria dos times fazem.

Mais do que simples comemorações e uma série de ações que podem ser feitas, a data representa uma grande oportunidade para o clube reviver momentos e estreitar o relacionamento com a torcida.

Apesar de alguns torcedores acharem o tempo demais sem outro título da Libertadores, o tempo é curto e a maioria dos torcedores se lembra bem do dia conquista. Isso tudo é motivo para reviver um dos momentos mais especiais do clube ao lado daqueles que torcem, consumem e fazem o clube ser o que é.

15 de junho de 2009

Supertime do Pinheiros na Superliga liga de Vôlei

Assim como no futebol tivemos a volta do Fenômeno Ronaldo e do Imperador Adriano, teremos a volta do atacante Giba para o vôlei nacional. Nas devidas proporções, Giba é um dos maiores jogadores do mundo e o principal ícone da seleção brasileira masculina.

Apenas com a presença do Giba, o Pinheiros já seria motivo de atenção para os adversários, mas como o clube entende de esporte fez questão de logo formar um supertime, trazendo também os centrais Gustavo e Rodrigão e o levantador Marcelinho.

Um ponto interessante é que podemos estar acompanhando um caminho inverso provocado pelo Pinheiros. Enquanto algumas empresas e clubes não queriam investir no esporte por não ter visibilidade (leia-se aqui TV GLOBO), o Pinheiros formou um time de primeiro mundo e pode fazer com que as emissoras tenham interesse em transmitir a Superliga agora.

O clube já é exemplo de formação de equipes e atletas (vide natação, atletismo etc) e agora em mais um esporte olímpico se torna potencia antes mesmo da estréia. Sempre no papel de investidor/patrocinador, o Pinheiros provavelmente irá receber inúmeras propostas de empresas que querem vincular sua imagem com estas estrelas.

Ponto para o Pinheiros e sorte do vôlei nacional!

Nem Reebok nem Olympikus | Vasco fecha com a Penalty

Depois de muita especulação sobre o novo fornecedor de materiais esportivo, o Vasco assinou contrato de cinco anos com a Penalty.

O contrato gira em torno de R$ 64 milhões e segue os padrões da maioria das relações entre clubes e fornecedores: a empresa irá confeccionar uniformes de jogos, treinos viagens e concentração.

A parceria ainda irá render uma loja oficial do clube em São Januário e uma possível reforma no vestiário do time.

O Vasco da Gama começou a atuar de forma mais intensa após a chegada do publicitário Fábio Fernandes (F/Nazca) como vice-presidente de marketing do clube. É nítida a mudança de postura que reflete em uma presença mais intensa do time para os torcedores.

O clube, assim como o Corinthians no ano passado, está disputando a série B e pode fazer disso um novo começo. Uma nova administração do futebol profissional, novos parceiros e principalmente uma nova mentalidade.

Ainda acho que os contratos entre fornecedores e clubes estão muito aquém do que os patrocinadores poderiam usufruir e principalmente do que o clube poderia explorar...

12 de junho de 2009

Cristiano Ronaldo no Real | Vuelve La Ilusión²

Depois de Kaká, o Real Madrid confirmou a contratação do português Cristiano Ronaldo, sendo a transação mais cara do futebol mundial por nada mais nada menos do que R$ 256,6 milhões. As outras três maiores contratações do futebol também são do Real Madrid: Zidane, Kaká e Figo, respectivamente.



Cristiano Ronaldo estava no Manchester United e se junta à Kaká e ao presidente Florentino Pérez no projeto de formar outro time “Galáctico”. Os dois são os últimos melhores jogadores do mundo da FIFA e juntos têm a missão de fazer o Real Madrid voltar a ser o melhor do planeta.

Os planos de Florentino Pérez são ambiciosos e ao que tudo parece, os investimentos milionários tem um único objetivo: formar um time forte. A partir disso, tudo entraria em um ciclo vicioso: time forte, conquistas, títulos, premiações maiores, maiores contratos, mais dinheiro em caixa, reforçar o time e assim por diante.

Claro que há muito marketing nas contratações, mas os dois jogadores são inquestionáveis dentro de campo e serão muito úteis para o clube. Porém, muito se especula sobre a origem dos valores que foram gastos e os dirigentes do Barcelona já esperam que o clube de Madrid exiba as contas para provar tudo isso.

Recente levantamento da empresa de consultoria Deloitte, o Real dobrou sua arrecadação desde 2002, chegando em 2009 a 300 milhões (R$ 815 milhões). O último contrato para transmissões de tevê assinado pelo clube foi em 2006. Acordo de sete anos no valor de 1,1 bilhão (R$ 2,99 bilhões).

Além disso, o clube ainda possui grandes contratos com Adidas, Coca-Cola, Audi e o site de apostas Bwin.com. Só o contrato com a fornecedora de materiais em 2007 rendeu R$ 2,07 bilhões.

Outro ponto importante é a legislação espanhola que tem tributação sobre os salários de 23% nos primeiros cinco anos (na Inglaterra o valor vai chegar em 50% em 2010).

De acordo com os dirigentes do Barcelona, recuperar este valor em venda de camisa é impossível, mas devemos lembrar que antes do inicio da temporada, os clubes fazem viagens pela Ásia que rendem muito aos cofres.

Muitos criticam as contratações em época de crise mundial (inclusive Michel Platini), mas o fato é que Florentino Pérez está formando um novo time Galáctico. Acredito que o valor investido será recuperado e o clube tem tudo para voltar a ser o melhor do mundo.

Mas e vocês, o que acham? Vale investir tanto dinheiro para formar um elenco forte?

11 de junho de 2009

Gladiadores | Barcelona

O técnico do Barcelona, Pep Guardiola, preparou um vídeo motivacional para que seus jogadores assistissem antes da partida contra o Manchester United, na disputa pela final da Liga dos Campeões.

O vídeo, que Pep fez com a ajuda da televisão nacional catalã, mistura os melhores momentos do Barça na temporada com as cenas e trilha sonora do filme Gladiador.

Como todos já sabem, o Barcelona venceu o Manchester por 2 a 0.

Confira abaixo.



Antes que alguns se perguntem se estamos nos desviando do foco do Radar Esporte ao postar um vídeo motivacional, é importante ressaltar o valor que isso está trazendo para o Barcelona, como clube e, principalmente, como marca.

O vídeo alcançou a marca de 1 milhão de views no YouTube em menos de 4 dias e serviu de inspiração para o comercial que a Nike criou para a internet, o Somos Uno, que o pessoal da Ypsilon2 postou aqui.

Mas, ao contrário do vídeo motivacional de Pep, a campanha da Nike não conseguiu a mesma viralização. E não estamos falando de qualquer ação de qualquer empresa. Estamos falando de Nike, campeã dos virais, num contexto de pós final da Liga dos Campeões com um dos maiores clubes do mundo, o Barcelona.

Não que a campanha da Nike tenha sido mal sucedida, pelo contrário. A campanha Somos Uno já teve milhares de camisetas personalizadas pelos torcedores, mas isso apenas confirma o poder que o clubes tem como marca, uma vez que inverte a lógica tradicional do patrocinador se utilizando dos atributos de um time e seus jogadores para ajudar na construção de sua marca.

Falamos algumas vezes aqui no radar de movimentos que surgem espontaneamente e que o máximo que os clubes podem fazer neste caso é estar atento para isso e amplificar, quando for de interesse.

Mas neste caso ocorreu exatamente o contrário: o movimento está partindo de dentro do clube para fora. Pensem no que isto pode construir para o Barcelona, em termos de atributo de marca, envolvimento com a torcida etc.

As marcas nos uniformes das ligas dos EUA.

O mercado esportivo americano é mesmo muito diferente. Enquanto discutimos a atual camiseta do Corinthians, lotada de logomarcas de patrocinadores, nos EUA, a NFL resolveu abrir uma brecha, ainda que pequena, para os times e seus patrocinadores. Muito provavelmente pela pressão dos times, que querem ver seu faturamento subir, e patrocinadores, que querem mais e mais visibilidade.

O fato é que as experiências ao redor do mundo mostram que essa fórmula traz resultados, ainda mais em tempos de crise, onde o retorno sobre cada centavo investido ganha uma importância ainda maior.

A NFL aprovou uma resolução que permite que patrocinadores estampem sua marca nos uniformes de treinos. Ainda que sejam em espaços pequenos (uma área de aproximadamente 8.75cm x 11.25cm), é uma decisão que pode trazer mais evoluções neste sentido. Denver Broncos, Detroit Lions, Green Bay Packers, Houston Texans e Tennessee Titans são alguns dos times que afirmaram estar interessados em explorar este tipo de patrocínio.

Há restrições para empresas de tabaco, armamento e álcool - apesar da cerveja dominar os patrocínios na televisão nos eventos esportivos nos EUA. Além disso, os clubes poderão explorar contratos diferentes para a temporada regular e os playoffs, caso cheguem até lá.

Enquanto alguns acreditem que este seja o caminho natural para as ligas profissionais nos EUA no futuro, o VP de Comunicação da NFL, Brian McCarthy, disse que não há chances de que isso aconteça na NFL.

Esperar pra ver.

A WNBA já autorizou que seus times explorem o patrocínio no uniforme de jogo, mas não podemos esquecer que a WNBA está num cenário completamente diferente dos outros esportes nos EUA; times abrem e fecham ano a ano e a liga não passa perto do que a NBA representa. Talvez por isso tenham optado pela decisão na liga feminina e não na NBA.

Duas coisas me chamaram a atenção nesta notícia:

1) O envolvimento da NFL afetando diretamente como os clubes devem operar com seus patrocinadores, ao contrário do Brasil, onde cada time faz o que quer com seu uniforme.

2) Ver os EUA, que sempre se orgulhou de sua estrutura esportiva e se vangloriava por não ter que estampar logomarcas nos uniformes, se rendendo ao formato que é praticamente padrão no mundo todo.

10 de junho de 2009

Radar Alerta

Caros leitores, um post um pouco diferente. Na verdade, mais do que falar, queremos alertar sobre um fato e jogar a questão para vocês.

No dia 17 de junho teremos dois jogos importantes em São Paulo. O Corinthians enfrenta o Inter pela final da Copa do Brasil e o São Paulo recebe o Cruzeiro na partida de volta da Libertadores.

A polícia já alertou o perigo e disse que não se responsabiliza. Recentemente tivemos problemas com torcedores de Corinthians e Vasco sendo que estes dois próximos jogos são muito mais decisivos.

Será que realmente não temos capacidade e consciência para recebermos dois jogos importantes no mesmo dia na mesma cidade? Será que a única opção é alterar a data de um desses jogos? Não conseguimos conscientizar os torcedores e ter o mínimo de organização que garanta segurança para as pessoas?

O que vocês acham? Cabe uma ação envolvendo as diretorias dos quatros clubes para falar com os torcedores ou realmente não temos condições?

O esporte na terra de Fidel

Como o Bruno comentou aqui, tive a oportunidade de conhecer Cuba nas minhas férias e é claro que não poderia deixar de trazer algumas observações sobre o esporte no país que é uma das potências olímpicas.

Antes de falar sobre o que vi, acho importante falar sobre como está estruturado o esporte no país.

Como a maior parte dos setores em Cuba, o esporte também sofre com o isolamento da ilha; era (e em alguns casos ainda é) complicado participar de algumas competições no exterior, as viagens e os equipamentos são mais caros e os atletas tem dificuldades com a alimentação.

Por isso, é importante deixar claro que o sucesso de Cuba nos esportes não vem do investimento financeiro, mas fundamentalmente da forma como o esporte está estruturado.

O INDER (Instituto Nacional de Esportes, Educação Física e Recreação), criado em 1961 pelo governo de Fidel Castro, é a base do esporte no país e tem a função de garantir o acesso da população à educação física e consequentemente a massificação o esporte no país. Ou seja, na ilha o esporte está diretamente ligado à educação, o que ajuda na criação de uma cultura esportiva desde cedo. Para se ter uma ideia, 45% da população pratica algum tipo de esporte atualmente.

Com este modelo, Fidel reverteu o desempenho pífio do país nos esportes. De 13 medalhas antes da Revolução de 1959 para 158 medalhas em 45 anos. Números que, convenhamos, jogam muito a favor da revolução.

O INDER tem uma estrutura de alto rendimento dividida em cinco estágios (da base para o topo): escolas normais, escola de iniciação esportiva escolar, escola superior de aperfeiçoamento atlético, academia e o centro de alto rendimento esportivo (são dois no país, Cerro Pelado e Girargo Córdova Cardín).

No primeiro estágios, os olheiros buscam pelo novos talentos nas mais diferentes modalidades (e as competições também ajudam nesse processo); no segundo, as crianças são trabalhadas com foco maior em um esporte específico, aumentando o níveis de exigência e inserindo-as nas competições.

Já no terceiro estágio, os jovens são encaminhados para a escola superior de aperfeiçoamento atlético para que possam entrar para as Academias (quarto estágio) onde começam o treinamento de alto nível de fato. Daí sai a elite do esporte cubano, que vai para os Centros de Alto Rendimento Esportivo - que, na minha opinião, deveria ser o modelo para alguns esportes aqui no Brasil.

Infelizmente não consegui visitar o centro de treinamento de alto rendimento de Cerro Pelado, por isso não posso fazer observações mais detalhadas sobre o esporte de alto nível, mas no que diz respeito a execução deste modelo nas bases, ou seja, com as crianças nas diversas escolas do país, o governo cubano parece estar realizando um excelente trabalho.

O que hoje já é nostalgia para alguns aqui no Brasil, lá é uma realidade. Se aqui não vemos mais tantos garotos jogando bola descalços pelas ruas, lá as crianças (meninos e meninas) estão praticando alguma atividade física nas ruas e praças de Habana. Taco (já que Beisebol é o primeiro esporte no país), futebol, corrida e por aí vai.

Enfim, é mais que o esporte pelo esporte. Lá eles entenderam muito bem o valor da atividade física no desenvolvimento humano.

Como eu disse anteriormente, Cuba é um exemplo de organização no esporte. Um modelo consistente e forte que independe de investimentos financeiros muito altos. Sem dúvida alguma, um exemplo para o Brasil em algumas modalidades.

Dá-lhe Porco?

Recentemente alguns clubes como Corinthians e Flamengo receberam os seus ônibus oficiais da Volkswagen. Já havíamos comentado aqui sobre a iniciativa da montadora, que inclusive colocou alguns modelos para os torcedores decidirem qual seria o modelo oficial.

Pois bem, agora é a vez do Palmeiras receber o seu ônibus oficial e um impasse será decido na comissão do clube. O mascote oficial do clube é um periquito, porém os torcedores adotaram o porco como o verdadeiro símbolo do time. A história do porco começou de gozações de torcidas adversárias e foi incorporada de tal forma que muitos nem sabem do periquito.

Para a confecção dos adesivos do ônibus, o clube tem que decidir qual será a estampa, e no meio da discussão um dos diretores sugeriu que colocassem de um lado o periquito e do outro o porco, mas muitos conselheiros estão contra pois querem apenas o mascote oficial.

O assunto vai para discussão, mas trago a questão para outro contexto. O Dida já comentou aqui que é a torcida a responsável por criar rivalidade e clássicos entre times, que não adianta empurrar um tipo de disputa entre clubes quando não há. O porco como mascote do Palmeiras foi decisão dos torcedores e hoje está muito mais presente do que o periquito e isso é um fato extremamente relevante. Não foi imposto e sim adotado.

Será que o clube deveria manter as tradições e explorar a imagem apenas do periquito, ou incorporar de vez o porco na história do clube?!

9 de junho de 2009

Palmeiras: nova camisa, torcida e basquete

O Palmeiras está figurando nas manchetes dos veículos esportivos recentemente por três assuntos: o novo uniforme, sua torcida e a volta ao basquete.

A nova camisa apresentada parece ter caído nas graças dos torcedores como ocorreu com a verde-limão e quem comemora tudo isso é a Adidas, já que no primeiro dia de vendas foram comercializadas 60 mil unidades no Brasil.

Claro que o preço do uniforme (R$160,00) interfere diretamente na quantidade vendida e no público que irá comprar, mas isso revela a força da torcida, que muitas vezes não é considerada apaixonada nem pelo técnico da equipe Luxemburgo.

Na segunda-feira, muitos jornais de esporte estamparam na capa, a força que a torcida do Palmeiras deu no jogo de domingo, contra o Vitória, e esses torcedores deveriam fazer parte de qualquer ação que o clube ou o patrocinador pensam.

E as novidades do Palmeiras não param por ai. Comentamos sobre o novo contrato com a Cosan (aqui) que deve fechar em torno de R$6 milhões e que trará uma novidade. A parceria não irá focar apenas no futebol, parte desta verba será investida no basquete, que marcará a volta do clube ao esporte.

O Palmeiras tem muita tradição no cenário nacional do basquete e o esporte está voltando com força dentro do país. Isso tudo mostra a importância do apoio de empresas e principalmente de visão dos clubes. Os custos são infinitamente menores e de suma importância para fazer o esporte acontecer de forma profissional.

Ponto para o Palmeiras!

Felipão no Bunyodkor e Kaká no Real Madri

O técnico Luiz Felipe Scolari é o novo comandante do Bunyodkor, do Uzbequistão. Felipão estava estudando propostas desde que saiu do Chelsea, em janeiro de 2009.

Muitos não devem nem conhecer a equipe, mas o atual técnico do CSKA, Zico, também teve passagem (breve) pelo time do Uzbequistão. Luiz Felipe Scolari, técnico do penta do Brasil disse que a proposta foi muito interessante, por isso resolveu aceitar o desafio.

Fico me questionando sobre a decisão do técnico e consigo enxergar alguns pontos positivos. O técnico pode ter dado um passo para trás para depois assumir um time de ponta do futebol europeu com mais tranqüilidade do que teve no Chelsea. Diferentemente de muitos jogadores e alguns técnicos, o consagrado Felipão ainda mostra vontade do trabalho difícil do dia-a-dia para montar equipes e principalmente grupos vitoriosos.

Por outro lado, a chegada de uma estrela como é o Felipão pode movimentar o futebol do Uzbequistão, atraindo mídia, patrocinadores e jogadores. É interessante esse tipo de negociação, pois poderemos ver os resultados em pouco tempo.

E na noite de ontem, com entrevista exclusiva para o Jornal Nacional, seguida de coletiva para toda imprensa, Kaká anunciou sua ida para o Real Madri. Já comentamos aqui, mas vale ressaltar que a negociação foi muito mais pela necessidade do Milan de recuperar o caixa do que a vontade do brasileiro de sair da equipe.

Kaká chega como ídolo, diferentemente de sua chegada no Milan, mas muito maduro e consciente do seu papel na equipe e no futebol mundial. Mais uma equipe patrocinada pela Adidas, que não terá problemas para exibir a imagem do jogador dentro e fora dos gramados. As camisas do jogador devem começar a ser vendidas assim que o seu número for escolhido.

Dois destinos diferentes e dois pentacampeões mundiais pela seleção. Duas estrelas e duas chegadas que podem ser bem exploradas pelos envolvidos.

8 de junho de 2009

#Social Media Brasil no Esporte

Caros leitores, participei do Social Media Brasil nos dias 5 e 6 de junho em São Paulo e vou trazer para o contexto esportivo alguns assuntos que foram tratados. Antes, peço desculpa pela falta de post na sexta-feira, mas a internet no evento estava praticamente nula.

O Social Media Brasil reuniu profissionais de agências, clientes e pessoas que atuam nas redes sociais de alguma forma.

Quando o assunto “esporte” foi pauta, além de ser tratado discretamente, o que me chamou atenção foi que os veículos (ex. Globo.com) tentam se apropriar deste conteúdo e criar elos entre torcedores e clubes.

Muitos podem se perguntar “qual o motivo dos clubes atuarem diretamente nas redes sociais?”. O ponto principal para responder esta questão, é o fato dos clubes gerarem conteúdo, relacionamento e audiência. Pois bem, um tema tão forte que fica jogado e que veículos estão se apropriando.

O Palmeiras tem contrato com a Adidas, com a Samsung, mas e depois? Os parceiros mudam, mas a paixão e os torcedores permanecem, portanto os clubes precisam se apropriar dessas coisas e usá-las a favor.

São inúmeros blogs dos torcedores, comunidades no Orkut, galerias no Flickr que os clubes poderiam ao menos centralizar. Quando no evento falamos que o consumidor que critica está dando uma oportunidade para a empresa responder e se desculpar (se necessário), a manifestação dos torcedores é uma oportunidade para os times participarem dessas conversas.

Escravos da TV | O esporte no Brasil

A maior parte da renda dos clubes de futebol é baseada no valor que a TV paga pelos direitos de transmissão. O calendário do esporte nacional é baseado na programação da TV. E como uma bola de neve, os patrocinadores só investem se no meio do esporte tiver TV.

Mais do que um patrocínio ao esporte, as empresas buscam visibilidade. Marcas em placas de publicidade ou estampadas nos peitos dos times (qualquer time), o que importa é a audiência. Parece generalização, mas infelizmente é o retrato que temos do esporte brasileiro.

A última baixa que comprava isso é a saída do Cimed do vôlei de praia. A empresa que patrocinava as duplas formadas por Carol e Maria Clara e Pedro Solberg e Pedro Cunha desistiu do contrato depois que a SporTV deixou de transmitir o Circuito Banco do Brasil.

Isso comprova o quão fraca é a relação entre algumas empresas com o esporte. Mais do que o logo na camisa, estas empresas devem buscar elos com os clubes e torcedores. Mais do que visibilidade, os motivos do valor investido (e não gasto) devem ser encontrados no DNA da marca, ligados aos benefícios e valores que estão à volta do esporte.

Precisamos parar para rever tudo isso. Comentamos aqui o encontro entre os presidentes dos quatro grandes clubes de Sâo Paulo, em que uma das pautas estava a força que irão ganhar frente à TV para poderem negociar valores maiores. Será que ao invés de reivindicar mais dinheiro, eles não deveriam estudar novas formas de ganhar dinheiro e chamar a atenção das empresas?

A diversificação na fonte de renda pode ser muito importante para os clubes (e o esporte como um todo) não ficarem tão dependentes de um determinado pilar, como hoje é com a TV. Alternativas nós temos, cabe aos homens de frente do esporte colocarem em prática...

4 de junho de 2009

Você confia na Copa do Mundo no Brasil?

Foi divulgado o resultado da pesquisa TNS Sport Brasil sobre a confiança das pessoas na capacidade do país receber a Copa do Mundo. Foram ouvidas 4.159 pessoas nas 17 cidades que se candidataram a sediar os jogos do mundial e o resultado é bem interessante.

A pergunta foi: “Você acha que o Brasil reúne condições para realizar a Copa do Mundo de 2014?” e 70,9% disseram “sim”, 27,1 que “não” e 2% não souberam responder.

O indice foi super positivo, e mostra que no que depender da população, a Copa do Mundo tem tudo para ser um sucesso. Entre as cidades que foram escolhidas, os paulistanos foram os mais desconfiados, onde o indice de reprovação foi 38%, justamente no local onde muitos acham que reune mais condições para um evento deste tamanho.

Faltam quatro anos para a Copa e muita coisa precisa ser feita. Sinceramente fico preocupado com a tamanha euforia das pessoas enquanto os tais estadios prometidos ainda são maquetes no papel.

Mas e vocês, o que acham? Temos condições de realizar a Copa do Mundo?

Manchester United com novo patrocinador

O clube inglês que tem a marca mais valiosa no futebol mundial agora tem dinheiro em caixa. O Manchester United acertou o novo contrato de patrocínio para as próximas quatro temporadas.

A nova logomarca no peito dos Reds será a Aon Corporation – empresa financeira americana – e o valor que corre nos bastidores gira em torno de 80 milhões de Libras, aproximadamente R$ 250 milhões.

O Manchester United cogitou a Petrobras (veja aqui) para substituir a AIG, que estava com o clube desde 2006 e pagava cerca de 60 milhões de Libras.

Recentemente comentamos o contrato da equipe com a Airtel (aqui) e cada vez mais vemos as receitas do clube aumentarem. Apesar do valor astronômico do novo contrato (o maior da história do futebol), o patrocínio da camisa e as cotas de TV não são os únicos pilares do clube, que possuem inúmeras fontes de renda e distribui sua marca pelo mundo todo.

Quando será que iremos ver estratégias diferentes de capitalização por aqui?! Inspirações não faltam...

3 de junho de 2009

Radar Esporte em Cuba

Caros leitores, como vocês devem ter percebido, o Dida Louvise está ausente nesta semana, mas em breve ele retorna com algumas notícias sobre os bastidores do esporte em Cuba.

Uma potencia nos esportes olímpicos, a Cuba tem muito a nos ensinar e com certeza teremos muitas novidades e curiosidades sobre o país.

Aguardem!

Ronaldo com boné do SBT = R$ 50 milhões | Topa tudo por dinheiro?

Um dos maiores comunicadores do país e uma figura extraordinária da televisão brasileira. Empresário, apresentador e mestre em chamar atenção. Dizem que onde ele coloca a mão vira ouro e que apesar de “pão duro” em sua vida particular é conhecido por propostas tentadoras. Sua “diversão” favorita: aprontar com a concorrente Globo.

Sim, estamos falando no Radar Esporte sobre Silvio Santos. O dono e apresentador do SBT já estampou a logomarca da emissora na final da Copa João Havelange e agora praticamente arrematou o uniforme do Corinthians.

Se não bastasse tudo isso, Silvio Santos enviou uma proposta no mínimo tentadora ao Ronaldo: se ele entrar em todos os jogos com um boné com as marcas Baú e Telesena, receberá a quantia de R$50 milhões. O valor é superior a praticamente todos os patrocínios que o clube arrecadou em seu uniforme e infinitamente curioso.

No vídeo abaixo vocês irão conferir a figura emblemática da televisão dizendo que o fenômeno não irá receber proposta parecida nem da Globo e nem da Record.

Ousado ou louco? A questão é que é uma proposta curiosa e que já gera buzz mesmo sem o atacante ter aceitado, imaginem se o contrato realmente for firmado?

Confiram!

Kaká no Real Madri | Vuelve la Ilusión

Depois de muita especulação, parece que o brasileiro Kaká irá deixar o Milan. O destino é o Real Madri e pode representar muita coisa.

Com a aposentadoria do Maldini, tudo indicava que o brasileiro seria o novo “filho” do Milan, que em breve seria o capitão do time e o eterno xodó da torcida.

Por outro lado, Florentino Pérez voltou ao comando do Real Madri e prometeu um time espetacular que iria contar com o brasileiro.

Apesar da paixão recíproca entre Kaká e Milan, o clube italiano está passando por dificuldades financeiras e a venda do brasileiro por R$180 milhões seria uma das soluções para tirar o time do vermelho.

A ida para o Real Madri é incógnita. Mesmo sendo um time de ponta, os últimos resultados do clube não são tão empolgantes como o discurso de Florentino. Mas se lembrarmos dos Galácticos, podemos entender que o Kaká está indo para o clube que o fará o melhor do mundo novamente.

Temos que esperar os resultados para ver o saldo da transação para o jogador. O fato é que o valor pago rapidamente voltará aos caixas do Real em ações envolvendo clube, a marca do jogador e a Adidas.

Apesar da frustração e de todos imaginarem o brasileiro se aposentando no clube italiano, vamos sempre lembrar que o Kaká está indo para o Real Madri e não para um Manchester City da vida...

2 de junho de 2009

Luís Fabiano | Rala que Rola

Véspera de jogo da seleção Brasileira, e um atacante conquistando espaço no time. Cenário perfeito para a Nike atacar, e a estrela da vez é Luís Fabiano.

Muitos dizem que se o atacante for bem nas duas próximas partidas e na Copa das Confederações, até Ronaldo irá ter que correr para tirar a “nove” dele.

Luis Fabiano ou Fabuloso para os mais conhecidos. Com um trocadilho e com base na fábula “A Cigarra e a Formiga”, a Nike contou a trajetória do atacante do Sevilla.

Mais uma campanha “Rala que Rola”. Acho fantástico o jeito que a Nike explora seus jogadores, principalmente contando histórias curtas. Parece que as marcas por não terem em seu DNA a paixão que os clubes por si só têm, tiveram que aprender a roubar a emoção dos times, seleções e jogadores.

Vale à pena conferir:

Mil rivales antes del rival | Topper

A Topper da Argentina estreou sua nova campanha – “Mil rivales antes del rival” – uma vertente da “El Corazón manda”.

A campanha mostra os diversos rivais que os atletas tiveram que superar antes de se tornarem estrelas e conta com material impresso e quatro filmes.

Já comentamos aqui sobre a nova marca da Topper e agora uma campanha que busca mostrar o lado da superação dos atletas. A pegada do tema não tem muito a cara da Topper, pelo menos a que estamos acostumados a ver aqui no Brasil, que poderia explorar a imagem do Marcos (São Marcos) já que é um dos atletas patrocinados.

Confira abaixo os quatro filmes:









Um culto aos ídolos

A carreira de um jogador vai muito além de jogos disputados, títulos conquistados e o tempo que durou. Como toda boa história é preciso começo meio e fim.

Ultimamente, no Brasil vemos o começo de carreira de qualquer (qualquer mesmo) jogador como se fosse o surgimento de um novo Pelé, Romário, Ronaldo, Robinho etc. Jovens com 16 anos são tratados como celebridades, recebem salário de gente grande e se portam como salvadores da pátria.

O segundo passo ou é para a Europa ou para o inicio da frustração. Digo isso porque esses jovens nem imaginam permanecer no Brasil, e se permanecem ficam tão decepcionados que a qualidade do futebol cai, frustrando todos que estão à volta.

Esses jovens têm mais de dez assessores, empresários, mas será que possuem responsáveis pela carreira? Parece um pouco prematuro, mas na fase que vivemos seria de suma importância, já que o começo da carreira interfere diretamente lá na frente.

Nesta última semana vimos o final da carreira de três grandes jogadores na Europa, Maldini, Figo e Nedved. Estes monstros do futebol deram adeus aos gramados, aos clubes, aos torcedores, porém provavelmente não irão se desligar do esporte.

Na Europa vemos muitos jogadores que já começam a se preparar para uma futura ocupação nos clubes, seja ela de treinadores ou com cargos administrativos. Isso contribui para a decisão de parar, pode ser uma atitude mais pensada, mas o que chama atenção é o carinho que todos recebem. Torcedores e dirigentes tratam esses craques como verdadeiros Deuses e aí que vemos o resultado de uma bela carreira, com começo meio e fim.

O craque e comentarista da Globo diz que jogador morre duas vezes, a natural e quando para de jogar. Mas grandes craques não morrem nunca, ficam pára sempre na história.

No Brasil o último final de carreira comentado foi o de Romário, que apesar de tudo ainda faltou um “tchau” de maneira digna. Edmundo parou há pouco e ninguém comentou. Em breve teremos outros craques e muitos não ficarão sabendo. Enxergo tudo isso como uma ausência de profissionais especializados ao lado desses jogadores.

Para alguns a culpa é do futebol e dos clubes, mas até que ponto isso não é culpa do próprio jogador? Queremos profissionalizar a administração dos clubes, mas devemos profissionalizar a carreira dos jogadores também...

1 de junho de 2009

Vende-se Newcastle

Não é só no Brasil que vimos seguidos erros de administração de um clube. Um dos clubes mais tradicionais da Inglaterra, o Newcastle não só deu adeus à Premier League, como está se afundando de maneira catastrófica.

Após a derrota para Aston Villa por 1 a 0 na última rodada, o time foi rebaixado e com isso terá todas as conseqüências no orçamento que um fato como este traz para um clube. Porém, como na Europa temos tudo em grande escala, parece que até este tipo de derrota é mais profunda.

No Brasil tivemos exemplos onde a queda para a segunda divisão foi importante para o clube. Palmeiras e Corinthians são modelos de clubes que se reestruturam e tiveram grandes proveitos do fato, como fortalecimento do time e engajamento da torcida.

Na Inglaterra, o Newcastle é vitima de uma péssima administração, que trouxe prejuízos incalculáveis para um clube que tem mais de 100 anos. O resultado disso tudo pode ser resumido no pronunciamento do presidente do time Mike Ashley, que colocou o clube a venda depois de ter adquirido em 2007.

Na época, o bilionário pagou 134 milhões de libras, mas hoje aceita repassar por algo em torno de 80 milhões de libras. Após mudanças sem justificativas na comissão técnica, dirigentes e jogadores, podemos ver o que ficou de legado.

Ashley não só não só perdeu dinheiro e desvalorizou o Newcastle, como manchou a história do clube.

Se lá fora está acontecendo isso, vale à pena reforçar a importância de uma administração profissional. Por aqui não temos muitos bilionários querendo comprar e brincar de clube, mas muitos dirigentes que estão brincando de administrar...

Quarteto de Alexandria | Ou Super G-4

Na última sexta-feira os presidentes de Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo se reuniram na Vila Belmiro em um almoço para conversarem sobre os interesses dos quatro principais clubes do Estado.

Marcelo Teixeira (Santos) Juvenal Juvêncio (São Paulo), Andres Sanchez (Corinthians) e Luiz Gonzaga Belluzzo (Palmeiras) se referiram ao grupo como “Super G-4”, e acreditam que juntos, terão muito mais força para negociar com a televisão, Federação Paulista e CBF.

No encontro foi decidido que os clássicos entre os quatro serão trabalhados em parcerias pelas diretorias de marketing, como já ocorreu entre Corinthians e Palmeiras.

A iniciativa é muito boa. Os clubes são grandes não só dentro do estado, mas como no futebol nacional e juntos podem ser responsáveis por mudanças dentro e fora das quatro linhas. O ‘Quarteto de Alexandria”, como definiu Belluzzo , será sem dúvida o aglomerado mais forte do futebol brasileiro (ouso dizer que mais forte que a própria Federação Paulista) e dessa forma terá papel fundamental por implementar um novo modelo de gestão.

Não basta apenas um encontro e logotipos durante os clássicos. O trabalho tem que ser muito mais forte já que não conseguimos trabalhar a marca dos clubes e dos campeonatos aqui e esta oportunidade pode ser um divisor de águas para o nosso futebol.

Ações isoladas causam buzz. Ações planejadas causam transformações e evolução. Por isso, mais do que fazer, o “Super G-4” tem que pensar, pensar e depois agir.