2 de junho de 2009

Um culto aos ídolos

A carreira de um jogador vai muito além de jogos disputados, títulos conquistados e o tempo que durou. Como toda boa história é preciso começo meio e fim.

Ultimamente, no Brasil vemos o começo de carreira de qualquer (qualquer mesmo) jogador como se fosse o surgimento de um novo Pelé, Romário, Ronaldo, Robinho etc. Jovens com 16 anos são tratados como celebridades, recebem salário de gente grande e se portam como salvadores da pátria.

O segundo passo ou é para a Europa ou para o inicio da frustração. Digo isso porque esses jovens nem imaginam permanecer no Brasil, e se permanecem ficam tão decepcionados que a qualidade do futebol cai, frustrando todos que estão à volta.

Esses jovens têm mais de dez assessores, empresários, mas será que possuem responsáveis pela carreira? Parece um pouco prematuro, mas na fase que vivemos seria de suma importância, já que o começo da carreira interfere diretamente lá na frente.

Nesta última semana vimos o final da carreira de três grandes jogadores na Europa, Maldini, Figo e Nedved. Estes monstros do futebol deram adeus aos gramados, aos clubes, aos torcedores, porém provavelmente não irão se desligar do esporte.

Na Europa vemos muitos jogadores que já começam a se preparar para uma futura ocupação nos clubes, seja ela de treinadores ou com cargos administrativos. Isso contribui para a decisão de parar, pode ser uma atitude mais pensada, mas o que chama atenção é o carinho que todos recebem. Torcedores e dirigentes tratam esses craques como verdadeiros Deuses e aí que vemos o resultado de uma bela carreira, com começo meio e fim.

O craque e comentarista da Globo diz que jogador morre duas vezes, a natural e quando para de jogar. Mas grandes craques não morrem nunca, ficam pára sempre na história.

No Brasil o último final de carreira comentado foi o de Romário, que apesar de tudo ainda faltou um “tchau” de maneira digna. Edmundo parou há pouco e ninguém comentou. Em breve teremos outros craques e muitos não ficarão sabendo. Enxergo tudo isso como uma ausência de profissionais especializados ao lado desses jogadores.

Para alguns a culpa é do futebol e dos clubes, mas até que ponto isso não é culpa do próprio jogador? Queremos profissionalizar a administração dos clubes, mas devemos profissionalizar a carreira dos jogadores também...

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