De Place para Everyplace.
Dentro dos 4Ps, Praça (Place) tem um papel importantíssimo já que, basicamente, diz respeito à distribuição. É aquela velha e já batida história: não adianta ter um bom produto com uma distribuição falha.
No contexto dos 4Es, Everyplace adquire um peso ainda maior. Isso porque o consumidor de hoje não é mais “estático” como antigamente. Hoje ele está exposto a um número muito maior de informações e opções, o que faz com que ele crie seus próprios caminhos. Essa nova dinâmica faz a evolução do conceito de Place para Everyplace fundamental.
Mas como trazer isto para o contexto do esporte?
Em primeiro lugar, é importante entender de uma forma mais ampla – sem pensar só em esporte - estes “caminhos” que o consumidor cria, para que possamos desenvolver formas de engajá-los da melhor forma possível no seu dia-a-dia. Entender onde ele vai buscar informações, em que horários assiste televisão, lê um jornal ou uma revista; em que momentos acontecem as conversas com os amigos, em que locais assiste às partidas, como usa a internet e o celular no dia-a-dia; enfim, uma leitura de como essas pessoas se comportam.
Melhor do que ficar no conceito é ilustrar com alguns exemplos:
Não tem jeito, temos que falar de NBA – eles devem aparecer como exemplo em todos os posts dessa série. A NBA tem um site que é um dos principais pontos de contato da marca com o consumidor. Ok, pode não parecer grande coisa, mas o fato é que eles entenderam muito bem que tipo de informação o fã do basquete procura e como ele quer receber este conteúdo, artigos, fotos, vídeos etc.
E não para por aí. A liga recentemente adotou o Twitter como plataforma geradora de conteúdo para os torcedores.. Por aqui, temos o Siga Seu Time que também funciona nos mesmos moldes. Com um simples aplicativo do Twitter no seu celular – ou até mesmo via navegação tradicional – você fica por dentro das notícias.
A tecnologia Bluetooth – veja aqui – também está ganhando cada vez mais espaço nos estádios. É o celular fazendo as vezes do tradicional rádio de pilha. E aqui há potencial para algo muito maior; o que temos visto de celulares com transmissão de TV digital é cada vez maior... agora imaginem o que se pode fazer com isso dentro dos estádios.
O conceito Everyplace também está ligado às "telas individuais" que muito se fala hoje em dia. Os consumidores estão cada vez mais individualizados com os seus celulares. A internet móvel e os celulares com alta tecnologia permitem que os consumidores tenham acesso a conteúdo a qualquer hora do dia e em qualquer local, portanto para se ter relevância, além do conteúdo interessante, as marcas precisam estar atenta aos diversos momentos do consumidor.
Também temos os canais de TV online dos próprios clubes, como é o caso do Corinthians com o TimãoTV e o Real Madrid com o RealMadrid.TV.
Mas o conceito de Everyplace vai muito além do mundo digital.
O São Paulo Futebol Clube, por exemplo, tem sua rede de lojas com produtos exclusivos – veja aqui. A primeira loja foi no Shopping Ibirapuera (SP) e o projeto do clube é expandir a rede. Com isso o clube pulveriza sua marca e expande sua atuação para além das quaro linhas.
Outra forma de presença interessante são os Tours dos times pelo mundo. A NBA já consolidou muito bem esta estratégia em países da Europa e Ásia, e isso está ficando cada vez mais comum entre grandes times de futebol da Europa.
O futebol europeu já deixou de ser apenas do velho continente. Os clubes estão muito mais globais do que podemos imaginar e isso ainda vai crescer. Recentemente a Rede Globo adquiriu os direitos de transmissão da Copa da UEFA e este contrato pode ter muito mais consequências do que apenas mostrar os jogos para uma quantidade maior de pessoas.
Se hoje em dia muitas crianças têm o Manchester, o Milan ou o Real Madri como segundo time, poderemos assistir o fenômeno de transição onde estes clubes serão os primeiros dos jovens. Isso tudo porque eles estarão muito mais pertos e presentes no dia-a-dia das crianças, com apelos muito mais fortes do que times nacionais: terão atletas de ponta e grandes equipes.
Para alguns, isso não faz sentido, já que isso tudo será através da televisão e as crianças não poderão nem ir aos jogos. Porém, qual a porcentagem de crianças que vai ao estádio para ver os times? Ou seja, este fenômeno pode causar muitas consequências para o esporte nacional, principalmente o futebol.
No fim das contas, quando falamos em Everyplace, estamos falando de presença. Esta é a palavra que devemos ter em mente quando formos desenvolver pontos de contato com o torcedor.
Não se trata de utilizar novas tecnologias apenas pelo fato de serem novas, e sim entender a fundo o comportamento do grupo, como compram, como consomem mídia, como se comportam nos jogos etc, só assim será possível criar uma presença massiva e significativa para a marca e para as pessoas.
Postado por Bruno e Dida
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