20 de maio de 2009

Roma no Brasil | De novo

“Tudo invertido”. Foi isso que passou pela minha cabeça ao ler a notícia que pelo terceiro ano consecutivo o Roma traz para o Brasil o AS Roma Campus. Trata-se de um programa para jovens de 8 a 14 anos, com treinamento físico e técnico oferecido por um dos clubes mais tradicionais da Itália.

A clinica de futebol será realizada em São Paulo, no MC Sport Center em Atibaia de 12 a 18 de julho e no Rio de Janeiro, no Hotel Arvoredo em Barra do Piraí de 19 a 25 de julho. O programa conta com a participação de Ricardo Perlingiero, técnico do SUB-15 do Roma, que é o único brasileiro a trabalhar nas categorias de base de um clube europeu.

Como a maioria das clinicas oferecidas para crianças, o Roma oferece refeições com presença de nutricionista, programas para desenvolvimento do lado cidadão dos jovens e uma infra-estrutura completa para o dia-a-dia.

A chegada dos clubes na América do Sul não é novidade, sempre comentamos que os clubes europeus estão cada vez mais globais. Porém, este cenário pode ser um sinal de alerta para os clubes do país.

O Roma e demais equipes que aqui chegam, usam o approach que as crianças sonham em jogar nestes clubes e querem vivenciar o dia-a-dia de um clube de futebol. Claro que isso não mentira, mas precisamos correr para o sonho mais “perto” destes jovens ser jogar nos clubes que torcem, nos clubes nacionais.

Os clubes de fora têm muito para ensinar, mas principalmente do lado de fora das quatro linhas. Quando o assunto é “bola”, temos muito mais matéria prima e propriedade para comentar, e nós que poderíamos passar um pouco da magia do futebol brasileiro para os jovens europeus. Nossas equipes poderiam fazer clinicas no exterior e nosso approach seria muito mais forte, poderíamos ensinar os europeus o que ensinamos ao Kaká, ao Ronaldinho Gaúcho, ao Fenômeno Ronaldo, ao Romário entre outros.

Deveríamos sim entrar nas clinicas do Roma e outros clubes, mas para aprender a administrar e vender o futebol. E podemos dar clinicas para o resto do mundo de como jogar futebol.

Para mim, tudo continua invertido. Penso que temos que correr para mudar tudo isso. E vocês, o que acham?

Um comentário:

Dida disse...

Concordo, Brunão.
Acho que os clubes europeus tem muitos motivos para projetos como esse (internacionalização, captação de jogadores etc)...agora, o que não dá é o nosso futebol não fazer nada a respeito disso. A resolução deste cenário começa com este trabalho na base.