23 de junho de 2009

O movimento que vem das arquibancadas | O esporte 2.0

Muitos publicitários e profissionais de marketing estão cansados de ouvir do tal consumidor 2.0 e dos princípios básicos da interatividade, alguns dos resultados do crescimento das redes sociais.

Os consumidores estão conversando entre si e dando muitas respostas às marcas, empresas e serviços através de comunidades, blogs, fóruns entre outras ferramentas de social media. E enquanto algumas empresas pensam em entrar no meio disso tudo, outras já perceberam que a escolha não está mais nas mãos dos executivos, que o copyright não funciona na internet e que as empresas querendo ou não já estão nas redes sociais. É o tal “abdique do controle” e o que restou é apenas participar ou não dessas conversas.

Já comentamos aqui muitas vezes que os torcedores são os melhores consumidores do mundo, que embora existam concorrentes, eles jamais vão trocar. Porém, isso não quer dizer que não há torcedores insatisfeitos, que eles não querem mudanças e que não se manifestam. Muito pelo contrário, apesar de serem fiéis, esses consumidores estão cada vez mais exigentes e ativos.

Para exemplificar tudo isso, trouxemos dois exemplos recentes de dois grandes clubes do país. Em situações distintas, Palmeiras e São Paulo F. C. são alvos e motivo de conversa nas redes sociais.

A torcida do Palmeiras é famosa por movimentos com temáticas irônicas (como o enterro do clube após o rebaixamento em 2002) e está querendo cada vez mais ter voz ativa nas decisões da diretoria. A bola da vez é o “Fora Luxa”, movimento que pede a saída do treinador o mais rápido possível e de preferência pela porta dos fundos.

A organização vai muito além do hotsite criado. Os torcedores já estão presentes no Orkut, comercializam dois tipos de camiseta (imagens abaixo) e até o momento já contam com 60.709 mensagens enviadas.





Seguindo o mesmo padrão, porém com outra abordagem, a torcida do São Paulo F. C. começou o movimento “Volta Muricy”. Com hotsite, presença no Orkut e comercialização de camiseta (imagem abaixo), a torcida já conseguiu mais de 19 mil mensagens.


Não é a primeira vez, nem será a última que uma torcida faça uma movimentação deste tipo, mas tratando os clubes como empresas, o que deve ser feito no meio de uma situação como esta?
Os consumidores desejam mudanças, mas na maioria das vezes não sabem nem 1% das coisas que acontecem nos bastidores. Não têm acesso aos projetos, objetivos e ficam apenas com o que a mídia informa, que muitas vezes também não é fundamentado.

Cada vez menos os torcedores se importam apenas com os 3 pontos. Como falamos anteriormente, estas pessoas estão cada vez mais exigentes e o produto e serviço que eles consomem necessita passar por alterações para continuar no mercado.

Mas fica uma pergunta no ar: a voz das arquibancadas é a voz de Deus? A diretoria deve parar para escutar esses torcedores e participar das conversas? O que vocês acham?

Um comentário:

Fernando disse...

Fala Bruno!
Muito bom o post, depois de um tempinho to de volta, cara acho que realmente as torcidas não fazem idéia do que se passa nos bastidores de um clube, contratos, publicidade, mídia. Acredito que tudo que envolve o clube é maior que 3 pontos em um jogo fora de casa. Mas a torcida deve ser ouvida, afinal é ela que lota o estádio e faz o futebol ser emocionante porém a cultura que vivemos é erronea no meu ponto de vista, pois as criticas existem em todas as profissões e devem ser feitas para o crescimento do profissional, mas imagina se todo mundo que erra, e as vezes é culpado sendo que orientou outra pessoa a executar o trabalho de uma certa forma que não foi cumprida, fosse mandado embora. O mundo seria um caos! Acredito muito mais em trabalhos como o de Sir Alex Ferguson, Arsène Wenger que estão em seus clubes há mais de 10, 20 anos e nessa trajetoória tiveram moemntos conturbados entretanto tiveram seus anos de glórias. Talvez se a torcida acreditasse mais nos seus treinadores e eles neles mesmo talvez a história fosse diferente, não teriamos camisetas como estas. Acho que com a evolução das mídias o consumidor vem ganhando espaço para se relacionar e expor suas idéias, só que para isso é preciso ter base e criticar coisas concretas, o trabalho em geral, por exemplo os treinadores citados, Muricy tri brasileiro seguido, Luxemburgo chegou e foi campeão o que não acontecia a um tempo no Palmeiras, ai existem mudanças é claro e o time precisa de tempo para ir se adaptando de novo, nisso já vem a torcida criticando e os dirigentes normalmente cedem e isso já acontecia antes dos consumidores 2.0 imagina agora, só conseguem a voz de mais pessoas e em um espaço de tempo mínimo.