A notícia não é tão recente e, mesmo que fosse, talvez não pudesse ser considerada uma 'novidade' no atual cenário esportivo do Brasil.
Na semana passada, Jade Barbosa, uma das principais atletas da ginástica olímpica brasileira na atualidade, deu início a uma promoção em seu site oficial com o intuito de arrecadar fundos para o tratamento de uma lesão no punho direito. Jade sofre de uma doença rara chamada necrose no capitato, diagnosticada quando o punho apresenta problema de circulação no osso central. A atleta ainda foi aconselhada a fazer tratamento nos Estados Unidos, mas, como estamos vendo, não dispõe de recursos para tal.
Jade, que tem como única fonte de receita o salário que recebe do Flamengo, acabou dando sorte: um empresário ficou sensibilizado com o seu problema e resolveu ajudá-la com uma determinada quantia. Não tenho informações sobre o valor da ajuda do tal empresário - se alguém tiver, por favor, coloque nos comentários - e não sei se o mesmo é suficiente para bancar o tratamento completo de Jade; mesmo assim, acredito que haja alguns pontos importantes a serem levados em conta neste caso:
O Flamengo, como responsável pelo salário da atleta, poderia ter se envolvido mais com a situação de Jade com o intuito de acelerar o processo de arrecadação de fundos e, consequentemente, de recuperação. Mas não, pelo menos até aqui parece ter sido exatamente o oposto. O que vimos até agora foi uma mobilização solitária de Jade através de seu website. Se não bastasse ter que se preocupar com os treinamentos, campeonatos e, claro, a lesão, agora ela tem que se preocupar em desenvolver 'ações promocionais' para pagar seu tratamento.
Ou seja, se Jade, com a importância que tem para a ginástica, não tem o apoio necessário, quem dirá os atletas que ainda brigam por um 'lugar ao sol'? ´
Óbvio? Sim. Mas ainda se faz importante ressaltar casos como esse no Brasil, já que eles são regra e não exceção.
Na outra ponta, isso mostra a fragilidade do nosso esporte no sentido de que mesmo a iniciativa privada só tem interesse pelo mesmo em épocas de grandes competições como as Olimpíadas. O que também não poderia ser mais óbvio, certo?
Atletas lesionados? Eles querem é distância.
No entanto, penso que seria uma oportunidade para algumas marcas tirarem proveito da situação e criarem um forte vínculo com a atleta e que poderia ser potencializado no futuro - mas isto é assunto para outro post.
Com tudo isto acontecendo, a nossa política ainda defende o Rio de Janeiro como cidade sede para as Olimpíadas de 2016, mesmo sem a menor cultura esportiva. Só se for com o intuito de utilizar a candidatura como plataforma política, pois do contrário parece que o Brasil quer continuar sendo um celeiro de talentos abandonados.
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Quem quiser colaborar com Jade, pode acessar o seu site oficial (http://www.jadebarbosa.com.br/) para mais informações.
23 de março de 2009
O esporte brasileiro pede ajuda
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2 comentários:
Belo post, Dida!
Acredito que temos uma enorme oportunidade para trabalhar neste sentido! Não apenas empresas privadas e empresários isolados. Cabe participação de todos nós em um mega projeto para mudarmos este cenário!
Concordo a cada dia que passa as pessoas mais influentes no mundo esportivo se voltam apenas para o futebol, explorando talentos novos para logo serem vendidos fazendo com que empresários lucrem alto, até mesmo com atletas que nem mereciam estar lá, apenas estão porque aceitam as condições de seus empresários que normalmente possuem a maioria de seus direitos. Devido a situações como estas que nossos esportes olímpicos vão sendo abandonados cada vez mais, mesmo com atletas de alto nível que conseguem sorrir ao fim de cada apresentação. Nesse fim de semana no programa Altas Horas depois que a Jade deu seu depoimento imediatamente Serginho Groismam já respondeu, "...é um absurdo uma atleta desse nível nessas condições..."(não sei se foram exatamente essas palavras, mas o teor do assunto era.) então fiquei me perguntando, a Globo como empresa carioca que é, assim como Jade, e com o patrimônio que tem porque não investe nessa atleta ao invés de só cobrar de outras empresas que o façam???? Por que não abraça essa causa e leva outras empresas que trabalhem em sua parceria para ajudar não só Jade, mas todos nossos atletas olímpicos. Como o Bruno disse esse mega projeto pode acontecer, mas empresas grandes e influentes como Globo/Fundação Roberto Marinho deveria tomar a frente nessa causa.
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