23 de julho de 2009

O esporte e seus rituais

Em um destes dias, assistindo a um resumo diário do Tour de France, fiquei pensando sobre alguns eventos esportivos que criaram verdadeiros rituais capazes de diferenciá-los não apenas na própria modalidade mas no esporte como um todo.

Wimbledon


Um dos principais campeonatos de tênis, e o mais antigo do mundo, Wimbledon tenta manter as quadras do evento sem patrocinadores e product placement. A organização acredita que isso traz um caráter todo especial à marca Wimbledon atraindo, consequentemente, emissoras de televisão e outras empresas que queiram se associar ao evento.

Wimbledon também possui um dress code rigoroso: todos os jogadores tem que vestir branco durante as partidas. O branco é considerado, por tradição, a cor do esporte, uma vez que preza pela pureza; e como Wimbledon é praticamente sinônimo de tradição, a organização colocou esta exigência aos jogadores.



É interessante notar que esta medida tem efeitos diferentes. Por exemplo, se você liga a televisão e vê os jogadores todos de branco, é muito provável que você pense (e que seja de fato) Wimbledon. E mais, toda vez que nos aproximamos de Wimbledon vemos a mídia discutindo como alguns atletas considerados mais extravagantes iriam se vestir no torneio. Rafael Nadal, Andre Agassi no início de sua carreira e Anna Kournikova, foram alguns dos nomes que polemizaram por causa do uniforme. Tudo isso contribui para que, de uma forma ou de outra, se fale de Wimbledon. Uns vão ser a favor do dress code, outros serão contra, mas isso é outra história...

Outra tradição, também muito conhecida de Wimbledon, é servir morango e creme às pessoas no evento. Ou seja, cada um desses rituais contribui para fazer do torneio o que ele é hoje.

Tour de France


O Tour de France é o mais prestigiado dos três Grands Tours do calendário ciclístico da Europa e, assim, como acontece com Wimbledon, é impossível não pensar no Tour quando vemos um ciclista no pódio com a tradicional camiseta amarela. É claro que o torneio conquistou ainda mais visibilidade devido ao heptacampeão Lance Armstrong, mas vamos nos atentar aos "rituais" da prova.

Cada uma das camisetas tem um significado diferente. A amarela é dada ao primeiro corredor em tempo individual na classificação geral, a verde é do primeiro corredor na classificação individual por pontos (sprints), a branca com bolas vermelhas é dada ao primeiro corredor na classificação em etapas de montanha e a dorsal vermelha que é atribuída ao corredor mais combativo da etapa anterior.

O Tour de France também tem um ritual de premiação e o pódio todo especial da última etapa, que tem como pano de fundo a famosa Champs Elysee.

NBA


A liga de basquete mais famosa do mundo também é reconhecida por ir muito além de "simples" partidas. Uma vez no ginásio, o torcedor pode esperar entretenimento puro - inclusive durante os jogos. E um dos momentos mais bacanas é a apresentação do time mandante, onde as luzes do ginásio se apagam e um verdadeiro show começa para que os atletas entrem em quadra.




Estes são apenas alguns exemplos de grandes eventos esportivos que potencializam suas marcas através de rituais que tornam tudo aquilo ainda mais especial e diferente do que existe. Muitas vezes são coisas simples mas que agregam muito valor (para o evento, para os patrocinadores e para os atletas), geram identidade com a torcida e uma série de outros fatores. Neste sentido, há uma série de oportunidades no futebol brasileiro, natação, basquete, vôlei e no esporte como um todo que poderiam criar

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