12 de maio de 2008

Casamento entre patrocinador e jogador. Dinheiro perdido ou bem investido?

Desde o início, o patrocínio é uma grande parte do jogo profissional, permitindo que os jogadores pudessem pagar as despesas sem tirar a atenção do esporte. Grandes empresas oferecem patrocínio a um atleta não por caridade e sim pelo retorno financeiro. Nenhuma empresa gosta de colocar a sua marca e dinheiro em um atleta que não dê resultados, porém mais que vitórias, os patrocinadores observam o seu comportamento como um todo.

As marcas procuram nos atletas características que elas querem transmitir para o consumidor, que associem a imagem dele ao da empresa, ganhando com isso valorização, potencialização e conseqüentemente aquilo que melhor avalia o retorno do investimento, o aumento nas vendas de seus produtos. É possível você identificar o posicionamento de uma empresa pelo seu atleta patrocinado. Falando especificamente do mundo do futebol, a fabricante de materiais esportivos adidas sempre procura por jogadores sérios, disciplinados que valorizam o trabalho em equipe (Kaka, Zidane, Gerrard, Lampard), já a rival norte-americana Nike se identifica com os chamados “bad-boys”, jogadores agressivos, mais individualistas e que partem para cima do adversário (Cristiano Ronaldo, Adriano, Tevez, Ronaldinho).

É claro que não se pode generalizar e que estou falando das principais estrelas de cada empresa mas as vezes mesmo com toda a preocupação ligada a esses fatores de comportamento ao escolher um jogador para estampar a sua marca e associar sua imagem, as coisas podem não sair como o esperado, afinal tratam-se de seres humanos e paga-se o preço por ter em sua cartela, jogadores que estão sempre nos holofotes da mídia, mesmo que nem sempre em matérias relacionadas ao esporte. É o caso do Ronaldo, por exemplo. O garoto propaganda dos sonhos das grandes marcas hoje amarga a desvalorização de sua imagem por conta da má fase como jogador e principalmente de uma “fatalidade” envolvendo três travestis.

Afinal, essa relação patrocinador/jogador é como um casamento. Os primeiros anos são uma maravilha, você faz tudo pelo seu companheiro, uma eterna lua de mel, entra em campo até mesmo depois de ter um ataque epilético e umas baladinhas ali e aqui você até perdoa, porém um escândalo envolvendo uma pulada de cerca e o casamento vai para o espaço.

Uma união de sucesso desde o surgimento do fenômeno, regada de glórias e que pode acabar com um pedido de divórcio por parte da Nike que com certeza está se sentindo literalmente como a esposa traída, mesmo depois de todo o retorno que a parceria lhe rendeu. Ronaldo tem contrato vitalício com a empresa de material esportivo estimado em US$ 100 milhões mais royalties.

Realmente este casamento entre patrocinador e jogador é bastante complicado, tem muita coisa em jogo, mas mais difícil que recuperar o dinheiro da separação é recuperar o prestígio perdido, a imagem manchada, porque este relacionamento por mais que abra novas portas para se pensar em uma carreira para o atleta, com mais planejamento e profissionalismo, envolve também mais obrigações. Com isso, os dois lados podem ser sentir mais seguros e planejar a médio e longo prazos.

Mas ao que parece se casar com um virgem tem se mostrado a melhor escolha.

Este post é participação especial de Rodrigo B.

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