22 de julho de 2008

Palavras de um basqueteiro frustrado...

Infelizmente o basquete brasileiro está ausente das Olimpíadas pela terceira vez consecutiva. E é impossível não se frustrar, ainda mais para alguém que já viveu essa modalidade por tanto tempo.

Mas, depois da derrota para a seleção alemã, que definiu a continuação do jejum, a discussão sobre os rumos do basquete brasileiro ganhou força, felizmente.

No último sábado, 20 clubes se reuniram na sede do Flamengo e fundaram a Liga Nacional de Basquete, que será responsável pela organização do Campeonato Nacional Masculino. Ao contrário das outras ligas criadas anteriormente, a nova liga tem o apoio da CBB, responsável pelas questões estruturais do novo campeonato.

O campeonato deve ter início em Janeiro de 2009 e irá contar com, no máximo, 16 clubes - quatro times devem ficar de fora.

Os clubes brigam pela gestão do campeonato no que tange as questões comerciais, de marketing e de televisão há alguns anos e finalmente conseguem seguir adiante com o modelo.

Acho todo esse movimento muito positivo, mas é fundamental que a CBB acompanhe e participe de todo este processo. Como já foi dito, já foram criadas outras duas ligas anteriormente que acabaram por não dar certo - independentemente de ter ou não o apoio da CBB. O fato é que, se esta nova liga falhar tudo volta para CBB. Ou seja, de volta à estaca zero. E aí, a situação só tende a piorar.

O basquete brasileiro precisa de um trabalho que ataque as estruturas vigentes. Precisamos pensar este esporte de uma maneira 360. Temos que chegar num novo posicionamento para a modalidade, tornar o basquete mais atrativo para torcida, anunciantes e veículos; nivelar a estrutura dos times; realizar um trabalho forte com as categorias de base; utilizar mais a imagem dos nossos principais jogadores; fazer um benchmark dos principais mercados do basquete (EUA e Europa) e dos que mais se parecem com a nossa realidade (Argentina) e uma série de outas ações.

Definitivamente não vai ser fácil, mas precisamos ir fundo se quisermos que o nosso basquete volte aos seus tempos de glória.

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