29 de abril de 2009

Fórum Copa do Mundo 2014 - Parte II (final)

Hoje aconteceu o segundo e último dia do “FÓRUM ESPM COPA 2014 – OS IMPACTOS ECONÔMICOS-SOCIAIS E AS OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOS”, com muitas discussões sobre todo o cenário do maior evento do esporte do mundo.

Diferentemente de ontem, hoje aconteceram debates com os profissionais presentes e platéias. Foram quatro no total e vou postar apenas um pouco do que aconteceu na ESPM.

O primeiro debate foi sobre “Experiências das Copas Anteriores (França, Alemanha e Coréia/Japão) – Avaliação Econômica das Copas”, com participação José Henrique Damiani (Professor e Coordenador de Produção Acadêmica do Núcleo de Estudos em Negócios do Esporte da ESPM), Fábio Laudísio (Gerente de Esportes e Eventos/Atletas da RedBull) e Clarisse Setyon (Professora do Núcleo de Estudos em Negócios do Esporte da ESPM).

Clarisse começou com uma preocupação: o começo milionário que todos falam da Copa 2014. Depois seguiu com diferentes números de diferentes fontes que falam sobre o cenário que cerca o evento e apresentou dados positivos e negativos de recebermos a Copa do Mundo FIFA.

Um alerta interessante que a professora fez, foi que a Copa é uma grande festa, mas o saldo positivo na economia é apenas para FIFA, dando como exemplo estudos da Copa do Mundo da Alemanha.

José Henrique Damiani fez uma análise crítica puxando para o lado econômico e da infra-estrutura, apresentando muitos números do esporte e do futebol no país. Foi enfático ao falar da oportunidade das empresas se mostrarem para o mundo e para uma renovação urbana, e propôs um PAC –Programa de Aceleração da Copa.

O último a falar no painel foi Fábio Laudísio, que trouxe uma experiência muito bacana, já que participou da organização da Copa 2002, inclusive com contato com a delegação do Brasil antes e durante o torneio.

Trouxe para os participantes muitos aprendizados da Copa na Coréia/ Japão, com erros e acertos e exemplos muito interessantes. Lembrou que é o maior evento do mundo, a maior audiência da TV e que uma Copa dura 4 anos e não só apenas aqueles meses que ocorrem os jogos.

Disse que mais do que pagar o preço do patrocínio, as empresas devem investir mais dinheiro para ativar tudo isso e fazer valer a pena o uso do título “patrocinador”. Para Fábio, há inúmeras oportunidades para as empresas aproveitarem e que a Copa do Mundo é um evento caro porque se as empresas souberem usar, pode trazer resultados extraordinários.

O segundo painel foi sobre Marketing e Comunicação na Copa 2014, com participação de Celso Forster (Sócio-Diretor da ZK Arquitetura de Negócios), Marcelo Campos Pinto (Diretor da Globo Esportes), José Cocco (Diretor da J. Cocco Marketing Esportivo) e Claudinei P. Santos (Diretor de Projetos da Pós-graduação da ESPM).

Celso teve como foco a campanha da ESPN Brasil (onde foi Diretor de Marketing) na Copa da Alemanha. Na ocasião, por contrato, a emissora não podia usar imagens de Copas, jogadores do Brasil e nem falar muito sobre o evento.

Tudo isso no final foi positivo para conseguirem uma comunicação diferenciada, já que na época, havia mais de 70 campanhas com jogadores e temas da Copa. A solução foi focar nos torcedores, nos mitos e nas promessas que os mesmos fazem para o país conquistar o título;

Já Marcelo Campos, estranhamente começou criticando o horário dos jogos durante a semana (não é ele quem manda em tudo isso?!). Depois, apresentou dados do contrato entre a Rede Globo e a FIFA com detalhes.

O contrato é sombrio e mais parece uma carta de prisão, com cláusulas rigorosas dos mais variados tipos. Fechou com oportunidades e dados das Fan Fests (eventos ao ar livre com telões gigantes para as pessoas assistirem aos jogos).

José Cocco começou com uma apresentação mais conceitual sobre marketing, alertando a necessidade de focar. Falou menos de número e propôs uma reflexão sobre como extrair as oportunidades do maior evento esportivo do mundo.

Foi claro ao falar da necessidade de ter um planejamento que dure pelo menos quatro anos e de estabelecer objetivos antes de começar qualquer coisa.

Cocco fez questão de mostrar que a Copa é muito mais do que as 12 sedes, os 32 países e os patrocinadores oficiais. Há muito espaço para trabalhar com tudo que não estará diretamente ligado a Copa do Mundo.

Claudinei resumiu muito bem o painel, dizendo que foi baseado no “NÃO”. O primeiro com “NÃO posso usar as imagens, e agora?”, o segundo com “o que NÃO pode fazer, que a FIFA não permite” e o último com “os que NÃO estarão diretamente ligados, os excluídos”.

Após o almoço, o terceiro painel foi sobre o Marketing das Cidades para a Copa 2014. Participaram Gilson G. Novo (Diretor do Grupo Águia), Milton Longobardi (Diretor de Marketing e Vendas da SPTuris), Emmanuel Públio Dias (Diretor de Marketing da ESPM) e Lícinio Motta (Diretor de Operações da Pós-graduação da ESPM).

Emnanuel começou falando que o marketing das cidades é como o marketing que vemos por aí, que tem como objetivo conquistar e manter clientes, com um “plus”, aplicando a política publica.

Teve uma apresentação muito mais acadêmica no ponto de vista do marketing, passando por algumas questões: a cidade vira uma marca, economia da Copa, inteligência da Copa e geração de valor e recurso competitivo

Alertou que após a competição entre as cidades, irá começar a batalha dentro delas, com empresas e serviços dos mais variados tipos.

Apresentou o que para ele serão as “7 batalhas” entre as cidades:

1. ser cidade sede
2. ser cabeça de chave (acolher times importantes)
3. sediar seleções
4. sediar turistas (ser cidade base)
5. disputar igualmente a atenção da mídia, sendo base das TV’s
6. disputar investimento publicitário
7. disputar avaliação positiva pós copa (“qual foi a cidade mais legal..?”)

Milton Longobardi deu uma visão sobre o turismo, o que já está sendo feito e o que será feito por São Paulo. Contou com detalhes sobre projetos da SPTuris e deu uma bela visão sobre os hábitos dos turistas em uma Copa do Mundo.

Já Gilson, trouxe uma experiência mais empresarial para a discussão. Uma visão sobre o “negócio” turismo e valores que rondam o esporte. Um dado muito interessante apresentado, foi o fato do Brasil ser o país que gera mais tráfego em Copas do Mundo, seguido do México.

O quarto e último painel do FÓRUM ESPM 2014 – OS IMPACTOS ECONÔMICOS-SOCIAIS E AS OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOS, teve como tema “Arenas Poliesportivas – antes, durante e depois da Copa 2014” com Ruy Ohtake (Arquiteto e Coordenador do Projeto de Modernização do Estádio do Morumbi), Mauro Holzman (Diretor da Traffic Sports), Vicente Criscio (Diretor de Planejamento do Palmeiras) e Robert Alvarez Fernández (Professor e Membro do Núcleo de Estudos em Negócios do Esporte da ESPM)

Vicente trouxe uma visão do projeto da Arena Palestra Itália. Apresentou os drivers para a reforma, o planejamento para extrair valor e fotos do projeto. Mostrou o profissionalismo que o Palmeiras está tendo com a Arena.

Brincou que o projeto não é para a Copa do Mundo, mas que se precisarem, estará à disposição. Adiantou que terá uma missão duríssima que é a mudança na cabeça dos torcedores com relação ao que enxergam sobre estádio e partida de futebol. Disse que terá um aumento do ticket médio e que há uma barreira para naming right no país em virtude da mídia.

Mauro Holzman trouxe sua experiência à frente do Atlético Paranaense, onde foi diretor de Marketing e participou de todo o projeto da Arena.

Holzman apresentou dados interessantes: hoje o clube não vende mais ingressos, todos os 23 mil lugares já estão vendidos para os sócio-torcedores que compram antecipadamente. Disse que os clubes precisam se unir para negociar os direitos de transmissões, porque é necessário o pronunciamento do nome dos patrocinadores.

Fato curioso e importante: no contrato com as televisões, está previsto mostrar nas transmissões o back drop nas entrevistas com os logotipos. Ou seja, não poderão mais fechar a câmera no rosto do entrevistado e ocultar as marcas.

No restante, apresentou dados e fatos interessantes sobre a gestão do Atlético Paranaense. É um clube que nos do Radar Esporte iremos olhar com mais atenção.

Por fim, Ruy Ohtake mostrou o projeto completo do Morumbi e apresentou toda estratégia do estádio para a Copa do Mundo.

No geral, foi um evento muito importante, uma vez que reuniu profissionais para discutir (pela primeira vez) todo o cenário da Copa do Mundo FIFA 2014. No dia 30 de maio, as 14h00 serão apresentadas as cidades sedes e aí sim, todos poderão correr atrás do que terão que entregar.

Desculpem o tamanho do texto, mas queria compartilhar com vocês “um pouco” do que ocorreu no evento.

Um comentário:

Aron disse...

Sensacional o report.

Eu que não fui te agradeço.

Aron

aron@estudionomade.com