31 de agosto de 2008

Consumidores em extinção.

Os clubes buscam cada vez mais se tornarem grandes empresas. Mas existem coisas que nem a empresa mais bem sucedida tem, que os clubes tem: os torcedores.

Torcedores são os consumidores que qualquer empresa sonha. São fiéis, não são afetados pela concorrência, não ligam no SAC para reclamar, e, acima de tudo são apaixonados pela empresa.

A ligação entre as duas partes é inexplicável, vai além de qualquer pensamento racional e ultrapassa jogos e campeonatos.

Pensando nisso, alguns clubes aproveitam este elo e exploram a paixão dos torcedores para trazer dinheiro para os cofres. Alguns de forma mais discreta, com projetos de “sócio-torcedor” e outros escancaram, como foi o caso do Corinthians na época da contratação do Marcelinho Carioca que tinha um “0900” para arrecadar dinheiro.

Uma nova ação que está sendo comentada é mais uma vez do alvi-negro paulista. Com o objetivo de arrecadar dinheiro para formar uma grande equipe em 2009, para conquistar uma vaga na Libertadores de 2010 (centenário do clube), o Corinthians quer vender espaço na sua camisa para os torcedores.

Por R$1.000,00, o torcedor poderá colocar uma foto 3x4 na camisa que será usada na última partida da Série B. Após a partida, o apaixonado receberia a camiseta em casa com sua foto estampada. Com 400 espaços para fotos em cada camiseta, o clube arrecadaria, no mínimo, a quantia de R$ 4,4 milhões.

Não tenho dúvida que muitos fanáticos e endinherados corintianos irão adorar a ação, porém vale alguns comentários. Achei a ação extremamente criativa. Uma ótima forma de arrecadar dinheiro e oferecer algo em troca para este consumidor tão fiel, mas acredito que o preço poderia ser diferente. Claro, que o valor é uma forma de restringir e dar exclusividade para os torcedores, além de aumentar a quantia arrecada, porém acho muito alto tendo em vista o que os torcedores já fazem e enchem os cofres.

Enquanto as empresas procuram cada vez mais por este tipo de consumidor, os clubes procuram formas de utilizá-lo. Será que estão encontrando o caminho? Parece que sim...

27 de agosto de 2008

Mais Bolt. Mais Puma.

Assim como o Dida comentou, o jamaicano Usain Bolt chamou atenção nos jogos e colocou a Puma nas capas de todos os jornais do mundo.

O homem mais rápido do planeta, que agora irá estampar inúmeros anúncios e ações da marca, desafia você para uma corrida nos 100 metros rasos. É o You vs. Bolt. Um game online no próprio site da Puma, onde seu objetivo é correr os 100 metros mais rápido que o campeão olímpico.
No game, você é representado por uma mão com uma munhequeira da Puma e se move através de movimentos alternados nas setas do teclado. Quem não se lembra do jogo de Mega Drive, das Olimpíadas de 1992, onde você tinha que correr usando os botões “A” e “B” do controle?

Mais uma ação rápida da marca, que agora conta com um garoto-propaganda mais veloz do mundo.

Posicionando Londres 2012



Os Jogos Olímpicos de Pequim mal terminaram e já começaram as discussões sobre os Jogos de Londres 2012. Depois de um evento de encher os olhos, muitos perguntam se a capital inglesa será capaz de realizar um evento tão espetacular.

Para começar, o budget de Londres é de $ 17 bilhões, ou seja, bem inferior ao de Pequim, que foi de $ 44 bilhões. Só aí já dá pra perceber que não vai ser fácil proporcionar um evento tão parecido, pelo menos em termos de grandiosidade.

A Olimpíada de Pequim ficou conhecida como a maior de todos os tempos. A China é uma economia em franca ascensão, com uma das maiores populações do mundo e que vai se estabelecendo como uma das potências mais influentes do mundo atual. Se pararmos para pensar, os Jogos de Pequim apenas refletiram este novo status.

Mas, se Pequim 2008 refletiu toda esta questão econômica e política, também representou a repressão e a violência (de todos os tipos) existente no país. A cidade praticamente se blindou contra possíveis manifestações e deu continuidade à censura. Todos os noticiáris constataram: o clima de Jogos parecia estar somente nas arenas, porque, nas ruas, o controle por parte do governo chinês era forte.

Londres 2012 vai se posicionar de forma diferente.

A cidade quer uma atmosfera um pouco mais descontraída. A intenção é que a Olimpíada seja de fato um momento de celebração para todos. Eles querem ver as pessoas participando e brincando pelas ruas. Para isso, uma das medidas será colocar telões e vendedores de alimentos espalhados pela cidade, fazendo com que Londres 2012 seja realmente um evento social e que tenha vida além da Tv (e da internet).

Resumindo, o desafio de Londres é criar uma atmosfera de festa aliada a uma experiência esportiva incrível.

Tim Parr, que foi um dos representantes do Comitê Organizador de Londres em Pequim, disse: "Nem sempre as festas mais caras são as melhores".

É esperar pra ver.

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* Pensando nisso, alguém teria algum palpite para o posicionamento do Rio2016? =)

26 de agosto de 2008

Nem Nike, nem Adidas...

Recentemente postei sobre o desempenho da Nike nos Jogos Olímpicos. Segundo a empresa, foi a melhor edição de uma Olimpíada para a marca - para ler o post completo, clique aqui.

Bom, pelo menos isso é o que ela diz.

Pense nos principais nomes dos Jogos de Pequim. Quem lhe vem à cabeça?

Não tenho dúvidas de que entre os nomes que você pensou, figuram na lista Usain Bolt e Michael Phelps.



Não preciso me ater a detalhes de desempenho de cada um deles, mas posso resumir suas atuações de uma forma muito simples: ambos entraram para a história do esporte.

A questão é que nenhum deles é patrocinado pela Nike ou pela Adidas; marcas que travaram uma verdadeira batalha publicitária durante estes Jogos. Independentemente da estratégia adotada por cada uma, o fato é que ambas queriam a maior visibilidade. Patrocínio ao evento, ações de guerrilha, contratos milionários com grandes atletas e por aí vai.

Mas nem sempre mais quer dizer melhor.

Com as oito medalhas conquistadas e igual número de recordes quebrados, Michael Phelps teve uma cobertura gigantesca da mídia. E quem saiu ganhando? A Speedo, sua patrocinadora. Se a marca já estava em alta com a criação do seu super maiô, o LZR Racer, imaginem depois dos oito pódios de Phelps. Por não ser um forte player na natação, a Nike acabou ficando de fora...

E quanto a Usain Bolt? Bom, este foi ao pódio no lugar mais alto por três vezes. Medalha de ouro nos 100m e 200m rasos - sendo o primeiro atleta após Carl Lewis em 1984 a conquistar tal feito - e também no revezamento 4x100m.

E que garoto propaganda!
Após as vitórias, Bolt comemorou segurando suas sapatilhas douradas da Puma para que o mundo todo pudesse ver . Em uma hora foram vendidas milhões iguais àquela pelo mundo...

Novamente a Nike e a Adidas ficaram de fora. Mas dessa vez não foi porque a modalidade não era "especialidade", pelo contrário. As principais apostas delas - Asafa Powell, Liu Xiang (ambos Nike) e Tyson Gay (Adidas) - acabaram tendo problemas durante a competição.

Acredito, sim, que Nike e Adidas devem estar colhendo ótimos resultados com o final dos Jogos, mas o melhor da festa não ficou por conta deles, mas não mesmo...

25 de agosto de 2008

Ouro, prata, bronze e um exemplo

Como comentamos aqui no Radar Esporte antes dos jogos olímpicos, o vôlei brasileiro tinha tudo para ir bem e trazer medalhas para o país. A previsão não estava errada, já que a modalidade garantiu um ouro (vôlei de quadra feminino), duas pratas (vôlei de quadra e de praia masculino) e um bronze (vôlei masculino de praia).

Mais do que quatro medalhas, o esporte deu exemplo de planejamento, organização e profissionalismo.

A Confederação Brasileira de Voleibol (CBV), que tem na presidência Ary Graça Filho, - ex-jogador - conta com investimentos e com uma gestão profissional, sendo que é a primeira entidade esportiva do mundo a ter um certificado ISO 9000:2001, além de ter recebido o prêmio da Federação Internacional como a “Mais bem-sucedida Federação do mundo”. A CBV trabalha com unidades de negócios: Seleções, Voleibol de Praia, Competições Nacionais, Eventos, VivaVôlei (entidade de assistência social) e Aryzão - Centro de Desenvolvimento de Voleibol de Saquarema.

O Centro de Desenvolvimento de Voleibol de Saquarema é uma incubadora de resultados positivos. De acordo com o próprio site da confederação: “O objetivo principal do complexo é concentrar em um só local todas as instalações e equipamentos necessários para o treinamento de equipes esportivas, tendo em vista a formação, o desenvolvimento e a reciclagem de recursos humanos. O Centro de Desenvolvimento de Voleibol – Saquarema também tem como objetivo otimizar o programa de treinamento das seleções brasileiras em todas as suas categorias, promovendo uma maior integração entre as comissões técnicas e possibilitando uma maior interação entre os planejamentos.”

Não é à toa que a CBV conta com investidores fiéis:
Banco do Brasil: Patrocinador oficial das Seleções Brasileiras e do Circuito Banco do Brasil de Vôlei de Praia desde 1991.
Olympikus: Fornecedor oficial de material esportivo das Seleções Brasileiras desde 1997.
TAM: Patrocinadora da Superliga 2006/2007 e Liga Nacional 2006.
Penalty: Bola oficial da CBV (praia e indoor) e do VivaVôlei.
GATORADE: Patrocinadora da Liga Mundial até 2008, Superliga até 2008/2009 e do Campeonato Brasileiro de Vôlei de Praia até 2008.
Sportv: Transmissão dos jogos da SuperCopa e Grand Prix de Clubes até 2005 e da Superliga até 2007.

Contudo, o que fica aqui para refletirmos é: será que as medalhas olímpicas foram por acaso ou será que são resultados normais de tudo que vimos acima?

Acredito que potencial existe em todas as modalidades, só falta organização e planejamento como vemos no vôlei. Enquanto o basquete fica brigando por formar ligas sem o apoio da confederação, o vôlei coleciona medalhas nas Olimpíadas, lugar que os basqueteiros brasileiros não conhecem há um bom tempo. Infelizmente.

22 de agosto de 2008

Londres 2012 | Nike

No próximo domingo (24) será realizada a cerimônia de fechamento das Olimpíadas de Pequim onde será passado o bastão para a próxima cidade-sede, Londres.

Aproveitando-se deste momento, a Nike irá lançar uma campanha criada pela Wieden+Kennedy que mostra três jovens atletas patrocinados pela marca que são promessas de medalha para os próximos Jogos.


O que mais me chamou a atenção nestes anúncios, porém, não foi o fato da Nike se apropriar dos Jogos sem ser patrocinadora oficial do evento.

Esses anúncios não são estrelados por atletas conhecidos. São jovens atletas na faixa dos 17-20 anos com potencial de conquistas nas próximas Olimpíadas.

Pode parecer simples ou uma idéia comum (e talvez o seja), mas será que conseguiríamos nomear algumas promessas brasilerias para Londres 2012?

Aqui estamos falando apenas de uma campanha publicitária, mas isso pode ser expandido para outras reflexões. Imaginem a diferença de preparo entre este jovens em 2012. De um lado, atletas patrocinados por uma grande marca desde muito cedo e já contando com uma estrutura diferenciada; do outro, um cenário completamente diferente...

Os anúncios assinam com "I'll be ready" ("eu estarei pronto"). Mas e nós, será que estaremos prontos?

Para a Nike, valeu a pena!

Diversas vezes questionamos se realmente a Olimpíada era capaz de gerar um retorno para os seus patrocinadores oficiais e se este retorno era maior do que o das marcas que não patrocinam o evento, mas aproveitam o momento para realizar uma série de ações.

Ainda não temos uma resposta final para o assunto, mas a Nike, que não é patrocinadora oficial do evento, acredita que foi a melhor edição dos Jogos Olímpicos para ela, segundo seu o presidente de marca Charlie Denson.

Com certeza o desempenho de China e EUA contribuiu muito para isso - os dois países líderes em medalhas são patrocinados pela marca.

A Nike já atingiu a marca de U$ 1 bilhão na China, resultado atingido antes do tempo previsto, e está 30% à frente do seu competidor mais próximo. A marca já está presente no mercado chinês desde 1980. Conhecimento de mercado é o que não falta e, pelos resultados, me parece que a Nike tem conseguido criar uma identidade também com o público chinês.

Já sabemos que a Coca-Cola, uma das patrocinadoras oficiais do evento, foi altamente associada aos Jogos. Agora é esperar para ver como se saíram as outras.

Campeãs. No espírito. E na audiência.

Quem não torceu pelo futebol feminino na final das Olimpíadas contra os Estados Unidos? Quem não se comoveu o choro das meninas recebendo a medalha de prata?

Na manhã de ontem o mundo assistiu mais uma grande partida da seleção brasileira de futebol feminino. O time buscou o placar os 120 minutos e não desistiu nem um segundo. Perdemos, mas mais do que perder o ouro, elas conquistaram a prata e mostraram que nos jogos olímpicos há inúmeras formas de ser campeão além de ter a medalha de ouro.

A diferença entre o futebol masculino e feminino não está apenas no salário e no apoio. O futebol brasileiro ainda não tem um campeonato brasileiro feminino, não conta com incentivo dos clubes, tampouco de empresas interessadas em investir na modalidade e mesmo assim elas brilham com o uniforme amarelo mundo a fora.

A Rede Globo comprovou o interesse do público por isso através da audiência nos dois jogos desta semana. Enquanto a transmissão da derrota do masculino para a Argentina atingiu 20 pontos, a disputa pelo ouro das meninas atingiu 21. Cada ponto no Ibope equivale a cerca de 55,5 mil domicílios na Grande São Paulo.

É verdade que elas ficaram no “quase” de novo, mas acho que já passou da hora de investirem na modalidade aqui no país. Muitos sabem criticar e não reconhecem o esforço e talento deste time, mas é incrível o que elas estão conseguindo fazer. Para mim, já são campeãs.

E por falar em meninas, parabéns Maurren Maggi! Ela acaba de voar e trazer o ouro para gente!

20 de agosto de 2008

Motivo 1



Infelizmente as Olimpíadas estão chegando ao fim e, para mim, a sensação que fica é que, assim como os Jogos, o ciclo de discussões sobre o esporte brasileiro também vive um ciclo de 4 anos. É incrível, mas este assunto só ganha alguma força nestas épocas.

Mas, ao contrário das Olimpíadas, parece que nós não evoluímos a cada 4 anos. Aliás, parece que é bem o contrário.

E é partindo desse ciclo que eu vou postar hoje sobre o primeiro motivo pelo qual sou contra o Brasil receber os Jogos em 2016.

Como a maioria das pessoas do mundo comprovou este ano, as Olimpíadas definitivamente alteraram seu status. Os Jogos não devem mais ser os mesmos, definitivamente.

Foi a maior edição de uma Olimpíada. É óbvio que o fato da China, que é uma das maiores potências atualmente, sediar os jogos tem muito peso nisso, mas o país aumentou a responsabilidade das próximas cidades-sede. Parece que a China criou novos "itens de série" para elas.

Designers e arquitetos renomados foram chamados para criar estádios e arenas que são verdadeiras maravilhas arquitetônicas, a cidade repensou sua estrutura, mobilizou movimentos em torno de questões como a poluição, desenvolveu uma cerimônia de abertura memorável etc.

E, por mais que os Jogos da China não tenham sido perfeitos - principalmente pela questão dos direitos humanos, que muito se falou antes dos Jogos -, o fato é que os chineses elevaram o nível da coisa.

Será que estamos em condições de pelo menos manter o nível nestes itens? Me parece que não.

Nossas propostas para 2016 estão muito baseadas nos projetos do Pan 2007. Nos vangloriamos da nossa "super" estrutura criada no Rio de Janeiro, mas, na verdade, nem estamos nos esforçando para fazer melhor do que fizemos no Pan 2007.

De novo eu digo: Sediar uma Olimpíada não pode e não deve (!) ser só uma questão política.

Olimpíada e Jogos Panamericanos são coisas bem diferentes, mas parece que querem um revival do Pan.

Acho que eles não estão vendo que, para alguns, Olimpíada não é só turismo.

Mas esse é só o motivo 1...

Felipão de terno e gravata

Na semana passada, o renomado estilista italiano Giorgio Armani revelou o novo uniforme de gala que desenvolveu para o Chelsea. Este é o segundo ano do contrato entre ambas as partes, que tem duração até o ano que vem.

Porém, a surpresa será ver Luiz Felipe Scolari na beira do gramado vestindo o terno oficial azul-marinho com o escudo do clube no paletó, camisa branca em popeline de algodão e gravata em seda azul.

Armani também tem contrato com David Beckham e Kaká.

Agora resta saber se o Felipão irá mudar seu “jeito Felipão” de ser. Eu acho que não...


19 de agosto de 2008

Ainda tentando achar uma resposta...

O Patrice levantou uma bola interessante no post onde comparei os choros de Cielo e Diego Hypólito e, por isso, quis comentar sobre o assunto.

Pra quem não viu, o atleta panamenho Irving Saladino conquistou na segunda-feira a medalha de ouro no salto em distância com a marca de 8,34 metros. Detalhe: Saladino está há 4 anos treinando no Brasil com Nélio Moura, o mesmo treinador da equipe de saltos do Brasil.

O Panamá só havia conquistado duas medalhas na história dos Jogos. Bronzes de Lloyd LaBeach nos 100 m e 200 m, na Olimpíada de Londres 1948. Só com esta informação já dá para se ter uma idéia do valor desta medalha para o Panamá.

Será que, assim como Cielo e Hypólito, Saladino seria também fruto de um esforço e talento individual, já que nasceu em um país sem nenhuma tradição em Jogos Olímpicos?

Talvez.

Assim como Cielo foi buscar algo melhor, indo treinar nos EUA, vir para o Brasil foi a melhor alternativa, ou pelo menos a mais acessível, para o panamenho.

O grande ponto aqui é que, ao contrário de Saladino, nós não conquistamos medalhas. E, ao que tudo indica, as condições de Saladino e do restante da equipe brasileira eram as mesmas; inclusive o centro de treinamento de São Paulo é referência mundial.

Mas por que a medalha não vem? O que será que está faltando, já que temos uma estrutura considerada referência? Será que falta um apoio melhor para cada um dos atletas?

Até onde sei, Saladino veio ao país apenas para treinar... mas e nossos atletas, qual será a realidade de deles? Tenho certeza que cada um tem uma história de vida diferente e que o dia a dia não deve ser nada fácil. Infelizmente, a maioria deles não depende do esporte para sobreviver...

E isso me leva para outro ponto também levantado pelo Patrice e que talvez seja uma alternativa para alguns esportes no nosso país.

A ginástica olímpica brasileira, apesar de ser um esporte mais custoso e complexo, conta com uma infra estrutura que foi fundamental para o desenvolvimento do esporte no país. Além de contar com uma grande equipe técnica, que conta, por exemplo, com o ucraniano Oleg Ostapenko, a seleção tem o seu próprio centro de treinamento em Curitiba, para que os atletas se preparem melhor para representar o Brasil.

Apesar de um centro não ser suficiente para um país como o Brasil, ele prova que tem potencial. Se o esporte não consegue ter tanta visibilidade no nível de clubes e federações, a Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) consegue ter um ponto central para o desenvolvimento de suas melhores atletas e, consequentemente, da seleção brasileira.

Não é à toa que a ginástica brasileira vem melhorando seus resultados a cada competição. *

Esse formato é amplamente utilizado em potências esportivas como EUA, China e Cuba. E é por isso que cada vez mais, eu entendo que o Brasil deveria pautar o esporte tendo este modelo como base.

O Brasil não sabe identificar talentos e biotipos específicos para cada um dos esportes, não possui CTs focados nas seleções de cada uma das modalidades, não investe em estrutura para que seus atletas tenham condições de se dedicar 100% ao esporte, não aplica referências de outros países etc. Enfim, o esporte no país está imobilizado e não parece aparecer alguém que vá dar um jeito nisso...

Enquanto isso, alguns continuam achando demais o Brasil receber as Olimpíadas de 2016.

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* Infelizmente, tudo indica que a CBG irá dissolver a seleção brasileira, e as atletas, que ficavam no CT em Curitiba, devem voltar aos seus clubes. Será que todo o trabalho realizado nos últimos anos vai ser jogado literalmente no lixo?

18 de agosto de 2008

De olho nas crianças

Pelo segundo ano consecutivo, irá acontecer a Copa Lotto inter-colegial, nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Belém.

O torneio, que reúne atletas amadores de colégios particulares, que disputam um torneio eliminatório de futebol de salão, tem o objetivo de promover o esporte e fidelizar a marca com um público jovem.

A competição é dividida em três categorias: sub-12, sub-14 e sub-16 e os primeiros colocados de cada uma será premiado com o valor de R$ 1.500, enquanto que as quatro melhores equipes receberão troféus e medalhas, assim como os artilheiros e defesas menos vazadas.

A Lotto fornece materiais para os atletas disputarem o campeonato e coloca no site da competição (www.copalotto.com.br) fotos e informações após os jogos.

Como já falamos algumas vezes aqui no Radar Esporte, este caminho, de trabalhar com jovens, pode trazer excelentes resultados a médio e longo prazo. O fato destes jovens estarem em contato com os produtos e com a marca em uma atividade esportiva que gostam pode parecer simples, mas as experiências que os mesmos irão ter após os jogos, sempre trarão a marca a tona.

Ponto para Lotto!

17 de agosto de 2008

Michael Phelps o maior medalhista olímpico

Michael Phelps bateu o recorde de Mark Spitz de sete medalhas em uma edição das Olimpíadas e se tornou o maior medalhista olímpico de todos os tempos.

A Visa, um de seus patrocinadores, saiu com uma campanha criada pela TBWA/Chiat Day alguns dias antes do atleta conquistar seu oitavo ouro. O filme tem narração de Morgan Freeman.

Dois choros inesquecíveis


Em tão curto espaço de tempo o Brasil viveu duas emoções muito distintas com seus atletas nestas Olimpíadas. A primeira medalha de ouro na história da natação brasileira com César Cielo Filho nos 50m livres - com direito a terceira quebra do recorde olímpico na competição pelo atleta - e, depois, a queda de Diego Hypólito em sua série no solo, onde era o grande favorito para a medalha de ouro.

Cielo foi imbatível. Depois do bronze nos 100m livre, o atleta afirmou, com toda confiança, que ainda não tinha acabado e que ia buscar o ouro. Dito e feito. O atleta subiu ao pódio no degrau mais alto e gerou um dos momentos de maior emoção do Cubo d'água. Além de quebrar o protocolo e comemorar com os outros nadadores, Cielo chorou ao ouvir o hino nacional e foi aplaudido por todos.

Já Diego Hypólito não viveu momentos tão felizes. No solo, onde é especialista e atual campeão mundial, o atleta sofreu uma queda na última sequência de movimentos e deu adeus a uma medalha em Pequim. Seu choro comoveu todo o Brasil. O atleta não se conformava, e, como todos nós, ele simplesmente não acreditava. Após a competição, Diego chorou...

Choros por motivos muito diferentes, mas com um ponto em comum. Ambos mostram a fragilidade do esporte nacional.

Cielo passou 3 anos treinando nos Estados Unidos, abdicando da vida pessoal e da família para conquistar seu objetivo nas Olimpíadas. Seus pais estavam em Pequim, apoiando e dando força ao filho, mas não porque a CBDA quis, pelo contrário. A confederação sequer pagou os custos para que eles fossem acompanhar o desempenho do novo herói da natação.

Seu desempenho não é fruto de um maciço investimento no esporte ou de um forte apoio do governo e/ou da CBDA. Não. Cielo é fruto de um esforço individual, de seu técnico, de sua família e dos EUA. Mas não tem problema; junto com a medalha vem a ilusão de que está tudo bem... e uma ligação de parabéns do presidente Lula.

O seu choro não foi só um momento de emoção ao ver a bandeira do Brasil ser erguida ao som de nosso hino. Seu choro foi também um grande desabafo.

Diego Hypólito não é diferente. Se não fosse pela queda, muito provavelmente ele traria uma medalha para o país. Um atleta diferenciado, focado e muito bem treinado; mais do que capaz para sair de Pequim vitorioso. Mas não foi o que aconteceu. Diego chorou e pediu desculpas ao Brasil.

Desculpas ao Brasil?

Quem tem que pedir desculpas (e muitas) é o Brasil. O país do futebol é incapaz de abrir os olhos para outras modalidades, não tem um projeto consistente para o esporte, é carante de heróis mas não incentiva o surgimento deles e quer receber as Olimpíadas de 2016 simplesmente por questões políticas.

Quem ganhou medalhas em Pequim definitivamente não foi o Brasil.

Quem tem que pedir desculpas a quem?

Uma solução simples.

O assunto não é novo, mas sempre volta à tona em época de Jogos Olímpicos.

A delegação brasileira deveria ter um único fornecedor de uniformes para a competição ou não?

As opiniões são diversas. Alguns são a favor do fornecedor único e outros afirmam que cada federação deveria ir para as Olimpíadas com o respectivo patrocinador. Os motivos para cada uma das opções são diversos, mas nesta edição dos Jogos vi uma solução que poderia ser facilmente aplicada ao Brasil, na minha opinião.

Ao invés de obrigar todas as modalidades a utilizarem uniformes Olympikus, com exceção, por exemplo, do futebol e da natação; o COB poderia permitir que os atletas utilizassem uniformes de seus respectivos patrocinadores no momento da competição e, no restante do tempo, vestimentas produzidas pela Olympikus.

Pode parecer estranho, mas isso tem sido muito comum nos Jogos deste ano.

O tenista espanhol, Rafael Nadal, utiliza Nike durante as partidas, mas quando foi receber a medalha de Ouro, o atleta subiu ao pódio utilizando uma jaqueta da Li-Ning, patrocinadora da delegação espanhola. O mesmo acontece com Phelps. O nadador cai na piscina com maiô Speedo, mas em todas as vezes que subiu ao pódio, estava utilizando Nike, patrocinadora da delegação norte americana. Estes são apenas dois exemplos, mas que, pela visibilidade dos atletas, já é o suficiente para termos como referência.


Com este esquema, o patrocinador de determinado atleta (ou modalidade) consegue sua visibilidade, e a Olympikus, aparece como marca que apóia o todo o COB.

Tudo bem que o jogo político que permeia a disputa entre as marcas não é tão simples assim, mas se vemos isso acontecer com grandes atletas e seleções, por que não podemos tomar como referência?

14 de agosto de 2008

Eterno obrigado

O nadador americano Michael Phelps é o atleta que mais fatura com acordos publicitários na sua modalidade, U$ 5 milhões. Valor este dez vezes maior do que qualquer outro nadador de elite no mundo.

E o retorno para a Speedo, sua principal patrocinadora, também não é nada baixo.

Segundo dados da Joyce Julius & Associates, o tempo que Phelps ficou exposto na rede americana NBC equivale a aproxidamente U$3,6 milhões. É óbvio afirmar isso, mas o valor deve ser bem maior, uma vez que ainda temos as mídias impressas, online e televisores de todos os cantos do mundo. Afinal, só se fala em Phelps e sua saga pelo recorde de medalhas de ouro conquistadas em uma edição dos Jogos Olímpicos.

Segundo a própria Speedo, o grande trunfo desta visibilidade é que Michael Phelps está fazendo com que a marca transcenda os limites da natação, atingindo um público jovem que vai além dos nadadores de elite.

E este, com certeza, é um objetivo da marca, que vem investindo em outros segmentos que não o da natação. Hoje, suas lojas já vendem produtos de moda, relógios, chinelos, acessórios etc.

Mesmo assim, sempre foi difícil se desgarrar da percepção de que a marca era exclusiva da natação. Essa visibilidade do atleta impulsiona a marca e estimula as pessoas a conhecê-la melhor.

Boato ou não, a informação que corre é que a Speedo ofereceu U$ 1 milhão à Michal Phelps caso o recorde de Mark Spitz, de sete medalhas de ouro conquistadas nas mesmas Olimpíadas, seja batido. E aí, podem esperar, vai ser Phelps em todos os cantos.

E se isso acontecer, a marca vai ser eternamente grata a Phelps.

13 de agosto de 2008

Camisas da NBA. Um negócio da China.

Recentemente comentei sobre a mudança de mentalidade na seleção norte-americana de basquete e também falei sobre o projeto criado pela Nike para promover este time que tem como objetivo reafirmar a hegemonia no esporte durante as Olimpíadas deste ano - clique aqui e aqui para ler os posts.

Hoje saiu no Meio & Mensagem uma matéria que fala sobre a venda de camisas da NBA na China. Ao contrário do que se esperava, a camiseta mais vendida no país não é a do astro chinês Yao Ming, e sim de Kobe Bryant, um dos grandes jogadores da seleção americana.

Depois de Kobe Bryant, as camisetas de atletas da NBA mais vendidas no país são de Kevin Garnett (Boston Celtics), Tracy McGrady (Houston Rockets), Paul Pierce (Boston Celtics), Allen Iverson (Denver Nuggets), Gilbert Arenas (Washington Wizards), Lebron James (Cleveland Cavalliers), Dwyane Wade (Miami Heat), Dwight Howard (Orlando Magic) e, finalmente, Yao Ming.

Dessa lista, quatro estão na seleção dos EUA e três deles são atletas Nike - Kobe Bryant, Lebron James e Dwyane Wade -; apenas Dwight Howard é Adidas. Segundo dados da própria matéria do M&M, as vendas estão 70% acima do esperado.

Além da mudança de mentalidade para retomar o domínio absoluto na modalidade, é óbvio que o basquete está se mostrando um verdadeiro negócio da China para os patrocinadores. Ou você acha que eles também não ajudaram a levar estes jogadores para os Jogos?

12 de agosto de 2008

As Olimpíadas e a internet.

A NBC, que detém os direitos de transmissão das Olimpíadas, também está realizando a transmissão via internet. E já bateu o seu primeiro recorde.

Mesmo depois de atrasar por 12 horas a publicação da cerimônia de abertura em seu site, o que gerou uma série de reclamações, a NBC atingiu a marca de 70 milhões de page views na sexta-feira; o maior de todos os tempos do site.

Para se ter uma idéia, em 2004, nos Jogos de Atenas, a média foi de 25,4 milhões de visitantes na primeira noite, e em Sydney, em 2000, o número chegou a 27,3 milhões.

Estes números são bem interessantes, pois mais uma vez mostram como a internet definitivamente se tornou um meio de massa, e isso não é só no Brasil. Assim como já vem acontecendo em outros setores, a internet deve ter um papel cada vez mais importante no cenário esportivo.

Imaginem o seguinte, aqui no Brasil a Globo tem os direitos de transmissão, mas basicamente transmite apenas os brasileiros que estão em ação. Mesmo com as transmissões ocorrendo em plena madrugada, a audiência triplicou para o horário. Isso, repito, transmitindo basicamente os brazucas.

A Tv por assinatura, que tem cerca de 5 milhões de assinantes espalhados pelo país, e que transmite a maior parte dos eventos (criando até mais canais para isso), acaba disponibilizando este contato com esporte para uma parcela muito pequena da população.

Eu vejo a internet desempenhando um papel fundamental no cenário esportivo nacional. Com aproximadamente 50 milhões de usuários, a internet pode ser o principal ponto na difusão do esporte. Como queremos ser uma potência olímpica se nos limitamos a transmissões de futebol e um ou outro esporte quando a Globo resolve transmitir? Eles compram a maioria dos direitos de transmissão, mas está tudo no SporTv. A programação não possui muitas brechas para alterações, e aí fica complicado mesmo encaixar mais coisas...

A internet vai na contramão de tudo isso. O conteúdo está lá para quem quiser ver. E é por isso que a iniciativa do Terra em mobilizar uma enorme estrutura para a transmissão das Olimpíadas algo louvável. Talvez eles nem sintam o efeito agora, mas alguém precisava se apropriar deste território, que é tão rico e com um enorme potencial aqui no Brasil.

Se queremos ser um país forte mundialmente no esporte, as pessoas precisam conhecer as diversas modalidades que existem. É preciso entrar em contato com elas, conhecer novos ídolos - criando identificação e sabendo que, de repente, seu biotipo físico pode ser compatível com determinada modalidade -, acompanhar resultados de campeonatos, criar redes de relacionamentos entre clubes, técnicos e atletas etc. É um ciclo virtuoso: isso vai trazendo visibilidade para os esportes, atrai patrocínios etc. E aí, a roda não vai parar de girar.

A internet definitivamente não é algo novo, mas ainda estamos aprendendo como tirar o melhor com ela. Esse é o momento para pensarmos em novas formas de fazer o nosso esporte crescer.

11 de agosto de 2008

Guerra na camisa

Como já era esperado, os uniformes das seleções de futebol do Brasil seriam motivo de confusão. E foram.

Mais do que o fato dos dois times usarem um fornecedor diferente do material do restante da delegação do COB, o motivo de tanta confusão foi o escudo da CBF no lugar da bandeira nacional.

Todos já sabiam do possível impasse que poderíamos ter, mas nada foi feito antes, o que gerou correria de todas as partes.

A Olympikus colocou seu ateliê em Pequim para eventuais necessidades, mas a Nike disse que iria providenciar os uniformes.

A queda de braço não durou muito tempo, o escudo da CBF foi retirado dos uniformes e desta forma os jogadores estão representando a Nike, já que o uniforme não contém nenhuma identificação do país.

Fora das quatro linhas, os jogadores e comissão técnica circulam com o uniforme da delegação do COB, da Olympikus.

Bom para Nike? Talvez. O fato é que não podemos conviver com estes erros no maior evento esportivo do mundo.

8 de agosto de 2008

Conspiração Li-Ning?

Hoje aconteceu a cerimônia de abertura das Olimpíadas. E para a maior e mais cara edição de todos os tempos dos Jogos, nada mais coerente do que uma cerimônia à altura do status que adquiriu o evento durante todo este período.

A China é grande em tudo o que faz e isso se refletiu na apresentação de abertura. Milhares de pessoas (nas arquibancadas e na própria apresentação), muita tecnologia, muita beleza, muitos fogos, muito tudo. Um verdadeiro espetáculo e que deve ficar na nossa memória por muito tempo.

Depois de tanto comentar sobre a disputa entre marcas como Nike e Adidas nestas Olimpíadas, quem acabou chamando a atenção durante a abertura não foi nenhuma das duas. Durante um dos momentos mais importantes da cerimônia, se não o mais importante, a hora em que a pira olímpica é acesa, Li-Ning apareceu.

O ginasta e medalhista chinês Li Ning, e que é um dos maiores nomes de todos os tempos do esporte na China, acendeu a pira. E, para quem não sabe, Li-Ning também é o nome da maior marca de segmento esportivo no país. Além de ter grande força entre o povo chinês, a marca goza de um apoio por parte do governo.

Uma idéia maluca? Talvez.

Mas não duvido que o governo chinês tenha dado mais um empurrão para a marca, que tem a ambiciosa meta de se transformar a maior do segmento no mundo. E, para isso, nada melhor do que aparecer na cerimônia das Olimpíadas que estão sendo acompanhadas por 4 bilhões de pessoas espalhadas pelo mundo.

Fica a discussão.

Pra quem não conseguiu assistir ao momento em que a pira foi acesa, clique aqui.

7 de agosto de 2008

Oakley.com.uk

A marca de esportes Oakley, acaba de lançar o portal Oakley.com.uk, que traz notícias sobre eventos e um blog escrito por seis atletas britânicos de esportes radicais, que também são as estrelas da campanha de marketing da marca.

A equipe formada pelo motociclista Kye Forte, pelo wakeboarder Ben Hitch, pelo surfista Oli Scott Adams e pelos snowboarders McMorris, Tyler Chorlton e Vicci Miller estará encarregada de atualizar a página ao longo do ano, com diários de viagens e fatos de seus dias.

Para interagir com os atletas, o a página traz competições personalizadas e outras ferramentas, além de matérias da campanha que foi filmada na África do Sul e na Áustria. Claro, não poderia de faltar uma vitrine online com os produtos da marca.

A excelente iniciativa da marca, coloca os consumidores em contato com seus ídolos, em um mundo cheio mistérios dos profissionais destes esportes, desvendando o que é, muitas vezes, desconhecido e inacessível para os consumidores.

Para completar a ação, foi criada uma campanha online no MySpace, YouTube entre outros sites.

Como sempre falamos das marcas que patrocinam atletas e não sabem utilizar a imagem das estrelas, a Oakley conseguiu com seu portal aproveitar o valor investido e criar um canal muito interessante com o consumidor.

6 de agosto de 2008

Road to Redemption | Nike

Comentei recentemente sobre a declaração de Carmelo Anthony, onde ele defendia a participação dos atletas em suas respectivas seleções, e sobre a mudança na forma como os jogadores da NBA vêem a participação em competições como as Olimpíadas e campeonatos mundiais.

Depois de amargar o bronze em Atenas-2004 e no Mundial-2006, os EUA não querem deixar passar a chance de se reerguer nas Olimpíadas deste ano, que será a maior até agora. É a chance de mostrar ao mundo que a seleção dos EUA ainda pode ser considerada um verdadeiro Dream Team.

A mobilização em torno desta equipe é tanta que a Nike não podia deixar de aproveitar o momento.

A ESPN2 (EUA) está veiculando uma série chamada "Road to Redemption by Nike" (Rumo à Redenção) com 5 episódios, para mostrar o compromisso do time com a vitória e com o país que defendem.

Vocês podem conferi-lo através do site Nikebasketball.com.

Além disso, ontem, ao final do quarto episódio, a Nike veiculou um comercial que combina cenas da atual seleção norte-americana e do músico Mavin Gaye durante o All Star Game de 1983 em Los Angeles.

Criação da Wieden+Kennedy de Portland.



Além desta versão de 2 minutos e meio, irão ao ar nos Estados Unidos, à partir do dia 8 de Agosto, duas versões de 60 e 30 segundos deste comercial.

Ainda não tive tempo de conferir a série toda, mas parece que vale a pena.

O que eu mais gosto neste tipo de ação, e que até temos visto alguns clubes de futebol realizarem aqui no Brasil como o Santos e o Corinthians, é criar todo o envolvimento por parte da torcida em um momento de dificuldade. Mas eles foram além e usaram diversas ferramentas para construir essa participação - internet, TV (comerciais e conteúdo).

Não tenho dúvidas que, se a seleção americana conquistar o Ouro, teremos um material muito bacana criado pela Nike para celebrar este momento.

Sempre Coca-Cola

A gigante dos refrigerantes que é patrocinadora do evento desde 1928 acaba de lançar duas ações envolvendo sua garrafa no embalo das Olimpíadas.

Em uma ação global, a empresa lançou o “We8”, um projeto que convida 8 designers do oriente e 8 músicos do ocidente para traduzirem através de músicas e representações um dos oito pilares que compõe o “Lado Coca-Cola da vida”.


Você pode conferir o resultado através do site we8.coca-cola.com que é a combinação das músicas com as garrafas de Coca-Cola. Todas as garrafas da coleção estarão disponíveis para venda nos EUA e na China e algumas peças serão distribuídas para outros paises, inclusive para o Brasil.

Já no Rio de Janeiro e em São Paulo, durante o período das Olimpíadas, em algumas lojas de conveniência da rede Esso, o consumidor que comprar uma garrafa de 600ml poderá personalizá-la gratuitamente.

Remetendo aos jogos, o grafismo em chinês tem a legenda “felicidade deliciosa”.

A Coca-Cola comemora em 2008, 80 anos de parceria com os jogos, possuindo os direitos exclusivos de patrocínio na categoria “bebidas não-alcoólicas” e tem contrato até 2020. Está aí uma empresa que sabe usufruir, e bem, do investimento que faz com o patrocínio do evento.

Obrigado Leandro Otsuka pela dica!

4 de agosto de 2008

A maior torcida do Brasil agora no YouTube.

Na última sexta-feira, o Flamengo anunciou sua parceria com o Google. O time será o primeiro no Brasil a ter um canal oficial no YouTube - o que já é uma realidade entre os times europeus.

O site youtube.com.br/flamengo permitirá aos torcedores do Clube enviar e assistir qualquer vídeo relacionado ao Rubro Negro. Além dos vídeos criados e enviados pelos próprios torcedores, o canal contará também com filmes oficiais do Flamengo e trechos da Fla TV.

A iniciativa é altamente válidade já que, através do canal, o clube poderá estreitar sua relação com os torcedores do clube e, mais do que isso, projeta o Flamengo em nível mundial, já que está no maior portal de vídeos do mundo.

Como já comentamos outras vezes, vemos cada vez mais os clubes estruturando seus departamentos de marketing, desenvolvendo ações parecidas ao que já acontece na Europa etc. Isto é fundamental para o nosso futebol, no entanto, não podemos nos esquecer de ações estruturais, que mexam de forma mais radical nos clubes. Aqui não falo no caso do Flamengo em específico, e sim de todos os clubes brasileiros. Não podemos criar apenas ações de relacionamento, projetos de comunicação e esquecer do resto.

Relembrando

Logo no começo de abril, comentamos aqui no Radar Esporte sobre o contrato entre Váldivia e a marca DalPonte. Na ocasião ainda falamos sobre o goleiro do Cruzeiro Fábio e o volante do Flamengo, Kléberson.

Pois bem, praticamente 6 meses depois, a estrela do Palmeiras enfim fez a estréia da chuteira e a marca realmente se lançou com força dentro da modalidade.

Após a coletiva de imprensa que a marca deu na semana passada, pude compreender alguns pontos:

1. Váldivia demorou para utilizar a chuteira pois ele participou de todo processo de sua confecção, sendo que ele decidiu o tamanho das travas e a cor;

2. O próprio atleta disse que será importante para a marca, pois muitas crianças se espelham nele, querendo saber as roupas que ele usa e copiando seus gestos;

3. Há muita especulação sobre a transferência do chileno para o exterior, e isso foi um dos motivos da escolha do chileno para ser o garoto-propaganda. A empresa acredita que o fato pode ser muito importante para internacionalização da marca.

Esperei o final de semana para escrever pois fui até algumas lojas de material esportivo para procurar a chuteira. Confesso que esperava uma forte ação no ponto-de-venda para complementar o que foi anunciado na coletiva, mas nada encontrei.Agora ficaremos aguardando o complemento da ação para termos certeza que tudo isso resultará em vendas.