11 de setembro de 2008

Eles não vão te rejeitar

Foi revelado o resultado da pesquisa realizada pela TNS Sport do Brasil sobre o impacto do patrocínio no futebol brasileiro. A pesquisa ouviu 7.001 pessoas em 14 Estados brasileiros e teve uma pergunta chave: Você deixaria de comprar algum produto/serviço por ser ele patrocinador de um clube rival?

Para a surpresa de muitos, 95,53% dos entrevistados responderam “não”, enquanto apenas um a cada 22 torcedores disseram que deixariam de adquirir algum produto se o mesmo estivesse ligado ao clube rival.

Na pesquisa ainda foram reveladas as marcas que mais foram associadas ao futebol:

1 - Nike - 11,48%
2 - Adidas - 3,57%
2 - Coca-Cola - 3,57%
4 - Brahma - 2,43%
5 - Fiat - 2,23%
6 - LG - 2,04%
7 - Skol - 2,03%
8 - Penalty - 1,84%
9 - Itaú - 1,80%
10 - Puma - 1,61%

Acredito que muitos acreditavam que torcedores rejeitavam produtos que estivessem diretamente associados com clubes rivais, principalmente no caso de times de massa. Claro que alguns corintianos fanáticos deixaram de tomar leite Parmalat durante algum tempo e que palmeirenses também não compraram Pepsi. Mas a pesquisa revelou que realmente são muito poucos.

Com isso podemos refletir sobre algumas parcerias no futebol. No Sul, temos o Banrisul, banco estatal gaúcho, no uniforme dos grandes Grêmio e Internacional. Uma ação curiosa, já que pode ser com objetivo de aumentar a divulgação da marca, ou então para não ser rejeitada por uma parte.

Já em São Paulo, tivemos a Medial Saúde mudando a cor de sua logomarca para não ser relacionada com o Palmeiras, maior rival do clube que patrocina, o Corinthians.

Acredito que este resultado ressalta ainda mais que o patrocínio no futebol pode ser positivo para a empresa, independente do clube que ela irá investir. Claro que a escolha deve levar em consideração alguns critérios, clubes envolvidos em corrupção não serão bons parceiros, ao contrário de clubes que possuem administração séria. Porém, o que fica é o planejamento de um trabalho em parceria com o clube tem que ser muito maior do que o medo da marca ser rejeitada por torcedores rivais. Um bom trabalho será admirado por todos, inclusive os fanáticos.

Com relação as marcas citadas na pesquisa, temos a Nike, que está presente na camisa da seleção e dos dois clubes mais populares do país. Em seguida, sua maior concorrente, a Adidas, que hoje faz os uniformes de Palmeiras e Fluminense.

Nenhuma surpresa até o nono colado, o Itaú. O banco que não investe em nenhum clube, mas está presente nas chamadas da Rede Globo e nas placas de publicidade (assim como a Brahma), e mesmo assim foi citado antes dos patrocinadores dos maiores clubes, Medial Saúde e Petrobras.

Isso tudo mostra que para estar associado ao esporte, no caso futebol, não é necessário um trabalho diretamente ligado à algum clube ou aos organizadores oficiais da competição. É o mesmo caso das Olimpíadas que tanto comentamos aqui no Radar Esporte.

Acredito que o que fica mais claro com tudo isso é que não basta apenas investir o dinheiro, é necessário usufruir da parceria e fazer ações complementares ao redor do futebol.
Investir é fácil, agora resta saber se os consumidores estão enxergando...

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