Num acordo inédito, a Brahma, mais nova apoiadora do Fluminense, vai permitir que os torcedores decidam onde serão alocados os investimentos voltados para a agremiação.
Além das ações já tradicionais, como placas no campo de treinamento, assinaturas nas mídias do time, materiais em pontos de venda e bares temáticos e reformas dos bares da sede das Laranjeiras; no site do clube e da Brahma, haverá algumas opções para que os torcedores definam o que deve ser feito com aquela verba.
A parceria, que leva o nome de investimendo cooperado, é uma iniciativa nova e que, apesar de estar num formato embrionário na minha opinião, pode abrir portas para a criação de novos formatos de patrocínio que vão além do "pacote tradicional" e que agreguem valor para a estrutura do clube e ainda conseguem envolver os torcedores em decisões importantes para o futuro do time.
Desta forma, o patrocinador consegue "garantir" o que está sendo feito com pelo menos parte da verba investida, além de garantir uma marca na história do Fluminense - afinal, imaginem o valor da revitalização da sala de troféus do clube.
Outro ponto que me chama atenção nesta investida da Brahma é que finalmente a marca estabelece o apoio direto a um grande clube brasileiro. Depois de campanhas e mais campanhas com o tema futebol (Ronaldo, Seleção Brasileiras, patrocínio à Copa do Mundo de 2010), o "brahmeiros" precisava de uma atuação mais forte junto aos clubes nacionais.
Não podemos nos esquecer também que a FEMSA, grande concorrente da AMBEV, tem acordos com importantes clubes paulistas (São Paulo F.C. e Corinthians), com exclusividade para a exposição das marcas da cervejaria mexicana nos campos de treinamento e em placas durante as entrevistas coletivas.
Ou seja, agora é ficar de olho e observar as próximas investidas da Brahma.
Será que este acordo com o Fluminense se trata de uma investida isolada ou a marca vem com o intuito de contra-atacar a grande rival FEMSA? Vamos esperar pra ver...
25 de maio de 2010
Brahma & Flu | O torcedor decide
20 de maio de 2010
Nike | Escreva o Futuro
Mais um comercial fantástico produzido pela Nike para a próxima Copa do Mundo.
Com direção de Alejandro Gonzales Iñarritu (21 gramas), o comercial de 3 minutos de duração conta com a presença de Wayne Rooney, Cristiano Ronaldo, Drogba, Fábio Cannavaro Kobe Bryant e até, acreditem, Ronaldinho Gaúcho - será que também estavam contando com a convocação dele no QG da Nike?
O conceito da nova campanha é "Escreva o Futuro", mas o mesmo dispensa mais comentários, pois além de ter tudo a ver com Copa do Mundo, o comercial foi muito feliz em como transmitiu a ideia.
Abaixo você pode conferir o comercial na íntegra e, na sequência, um filme de 10 minutos com bastidores da gravação e outros materiais.
Outra informação bacana sobre o filme é que ele teve sua estreia hoje no Facebook às 15h.
Agora é esperar pra ver se a versão completa vai pro ar aqui no Brasil. Difícil? Sim, mas não custa torcer.
11 de maio de 2010
Eles já sabiam | Convocados Nike falando da emoção de disputar a Copa do Mundo
Mal saiu a lista (polêmica) e a Nike já soltou o vídeo com seus patrocinados falando da emoção de disputar a Copa do Mundo.
E aí, tamo junto?!
Estão todos convocados!
As 13h00 desta terça-feira, o técnico da seleção brasileira, Dunga, anuncia a lista dos 23 atletas que defenderão nossa pátria na Copa do Mundo.
10 de maio de 2010
O esporte na Europa | Chelsea Campeão
Neste domingo, após goleada por 8 a 0, o Chelsea se sagrou campeão inglês pela quarta vez. Mais do que interromper a sequência de três anos consecutivos de triunfos do Manchester United, o clube azul pode conseguir a dupla coroa, já que disputa a final da Copa da Inglaterra com o Portsmouth, lanterna do Campeonato Inglês, no próximo domingo.
Mas o motivo do post não é para falar sobre o futebol do clube, tampouco do título deste domingo. Acabo de voltar de férias e tive a oportunidade de conhecer o estádio Stamford Bridge e assistir a partida do Chelsea contra o Stoke (vitória de 7 a 0), e este post é apenas o inicio de uma série sobre a experiência que foi ver o esporte na Europa.
Sempre acabamos discutindo a questão do preço dos ingressos quando vamos comparar nossos campeonatos com os lá de fora, então para acabar com isso vale dizer que o valor de um ticket em um dos melhores lugares do estádio saiu por 50 Libras. Não vamos converter porque R$1,00 para nós é a mesma coisa que 1 Libra para eles, portanto foi até mais barato que muitos aqui.
Todos os lugares do estádio já estão vendidos pela temporada inteira, por isso para conseguir o ingresso foi necessário comprar de um sócio do clube que já tinha adquirido o carnê.
Outro ponto que sempre entra nas discussões é o quão acessível os estádios são, e o Stamford Bridge é localizado ao lado de uma estação de metrô, que é utilizada praticamente por todo o público.
Na entrada, - muito bem sinalizada e tranqüila - apenas uma breve revista feita pelos seguranças do clube e em poucos minutos já estava no saguão que antecede o campo. Nesta pré-sala, a patrocinadora do clube, Samsung, exibe dezenas de televisores LCD com lances do campeonato, e outras marcas como Nescafé e Pepsi desfrutam das inúmeras lanchonetes (limpas, sem filas e não tão caras) para apresentarem seus produtos e exporem seus anúncios para o público. Vale ressaltar que tudo isso é serviço e conforto para o publico e dinheiro para os cofres do clube. Uma combinação perfeita.
Os lugares marcados e o comportamento da torcida me fizeram algumas vezes me questionar se eu estava realmente em um jogo de futebol ou em um teatro, mas isso já é uma questão cultural. A educação é invejável, mas a paixão que temos é mais contagiante.
Durante o intervalo, o mestre de cerimônia (sim, de verdade) prestou uma homenagem aos jogadores que brilharam no time na década 70 e os telões do clube exibiram comerciais de patrocinadores oficiais e de outros anunciantes. Mais uma fonte de renda...
Na saída, mais uma vez tranqüila e organizada, ainda há tempo para algumas compras na loja oficial do clube.
O que ficou da partida é que realmente o clube sabe explorar a experiência das pessoas vivenciarem a marca e o time. Que enxergam os torcedores como clientes e sabem tirar proveito de cada espaço do estádio para exporem uma marca e assim criarem fontes de renda.
Chelsea, realmente campeão...
7 de maio de 2010
Inspire Wayne Rooney e Ashley Cole | Nike
A Wieden + Kennedy criou uma ação bacana para que os torcedores possam apoiar os atletas Wayne Rooney e Ashley Cole na Copa do Mundo deste ano.
A ação é simples: através de um aplicativo no Facebook, você escreve uma mensagem para um dos dois atletas e o aplicativo faz uma simulação de como essa mensagem ficaria na chuteira deles. Depois disso, é só publicar a imagem no seu "mural" e convidar seus amigos para que votem na sua mensagem.
A mensagem vencedora será aplicada em todas as chuteiras que eles utilizarem na África do Sul.
Detalhe: com poucos dias de ação, já são mais de 2.500 mensagens de apoio aos atletas.
Interessante notar como cada vez mais as redes sociais são cada vez mais importantes para ativação desses patrocínios. Há alguns dias eu postei uma ação da Adidas que também utilizava o Facebook e, agora, uma ação da Nike para a seleção inglesa também no Facebook.
Quando será que pinta alguma coisa nessa linha para a nossa seleção? ;)
2 de maio de 2010
Como segurar os meninos da Vila? Por Luis Álvaro Oliveira Ribeiro
Abaixo texto de Luis Álvaro Oliveira Ribeiro empresário e presidente do Santos Futebol Clube para o jornal Folha de S. Paulo
----O INTERLOCUTOR pode variar: do mais humilde santista ao presidente da República. Há três meses, quando o Santos renovou no torcedor a alegria de ver futebol, a pergunta a que sou submetido diariamente é a mesma: como manter os meninos da Vila e do Brasil?
A resposta depende de uma mistura improvável no futebol brasileiro: ousadia, criatividade e planejamento. De uma visão inovadora, que fuja do lugar-comum "se preciso pagar a conta no fim do mês, vendo um jogador e está tudo resolvido".
A receita que propomos já deu certo uma vez. Transformou em realidade o que parecia um sonho impossível para a torcida brasileira. Ao assumirmos, no fim de 2009, uma entidade com sérios problemas de fluxo de caixa, sabíamos que a missão de repatriar um ídolo como Robinho não seria fácil. Fomos ao mercado. Procuramos parceiros. Não desistimos no primeiro obstáculo. E montamos uma engenharia financeira que fez todos -atleta, empresas e, principalmente, o torcedor- sorrirem de orelha a orelha.
O mais experiente dos meninos da Vila fica conosco até o início de agosto. Mas, como repeti seguidas vezes quando era candidato, o Santos pode mais. E sinto que o Brasil inteiro quer que o Santos de fato possa mais.
Possa convencer o Manchester City de que o melhor para Robinho é permanecer aqui. Possa segurar Neymar, garoto de talento e irreverência raros. Possa manter a elegância de Paulo Henrique. Possa seguir revelando talentos como André e Wesley.
Mais do que isso: possa fazer com que o torcedor tenha de volta um futebol mágico, que deixa felizes até nossos maiores rivais, pela simples alegria de ver um bom espetáculo. Não por seis meses, mas pelo "maior tempo possível".
E pensamos que "o maior tempo possível" passa por uma profunda mudança no jeito de administrar o futebol. Passa pela transformação das empresas que hoje especulam e lucram com o futebol em verdadeiros investidores. A bandeira que o Santos levanta é básica, mas implantá-la será tarefa árdua.
Em qualquer ramo de atividade, do boteco da esquina às multinacionais, sócios arcam em conjunto com despesas e dividem resultados. No futebol, parece incrível, não é assim. O ônus do investimento, do pagamento de salários, encargos e tributos é 100% dos clubes.
Aqueles que se denominam "parceiros", que detêm pedaços de nossos artistas, entram na operação apenas na hora de recolher o lucro. Na venda dos atletas, recebem uma porcentagem do valor sem terem investido um real para mantê-los em atividade.
É essa distorção que pretendemos eliminar do futebol. Os clubes devem, sim, pagar salários e, em caso de merecimento, devem bancar parte do justo aumento. Mas não sozinhos.
Os sócios, os "parceiros", não podem se beneficiar da valorização do atleta sem que participem de seus insumos de produção. No modelo atual, os clubes arcam com todas as despesas. São barrigas de aluguel. Quando a criança fica forte, nutrida e educada, os "pais contratuais" aparecem para dividir o lucro. Não nos parece justo.
A mudança de paradigma fortalecerá os clubes e será fundamental para que se restabeleça um ciclo virtuoso, capaz de fazer a economia do esporte ter condições de manter nossos craques aqui. Agremiações com finanças mais equilibradas podem oferecer aos ídolos salários mais próximos ao padrão europeu.
Com dinheiro no bolso e estrutura para trabalhar, os atletas terão a opção de ficar no Brasil, atraindo empresas interessadas em investir e lucrar com a exposição gerada pelos craques, que proporcionam mais receitas para os clubes permanecerem economicamente saudáveis.
É uma batalha que depende não apenas do Santos, mas de todos os "players" do futebol, reféns de um modelo que remonta ao extrativismo arcaico e colonial ao qual o Brasil foi submetido. Tudo tirar sem nada investir, sem nada devolver.
Convido todos os clubes a participar, ao lado do Santos, desta nova revolução. Quem sabe, mudamos o quadro de ceticismo e possamos dar a seguinte resposta: "Os meninos do Brasil não precisam ir embora. Podem ficar até quando quiserem. Porque nossos clubes, nossa economia e nosso país são fortes o bastante para criar receitas, enfrentar a sedução de agentes e times europeus e manter em nossos gramados aqueles brasileiros que enchem nossos corações de alegria e dão forma real ao sentimento de que somos, de fato, o país do futebol".